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Prewind: uma história de sucesso previsível para as eólicas

Renováveis têm estimulado empreendedores em Portugal em diversas áreas, desde a investigação à indústria

02 de Novembro de 2010 às 15:27
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Mais eólicas | Portugal tem vindo a aumentar o seu parque de potência eólica, que até 2020 continuará a crescer.

João Sousa é agora a cara de um projecto nascido e criado em Portugal que espera poder dar cartas lá fora. Cartas meteorológicas para parques eólicos. A Prewind, constituída há apenas um mês como "spin off" de vários institutos de investigação, já trabalha com uma carteira de parques que ascende a 900 megawatts (MW), cerca de um quarto de toda a capacidade eólica do País.

O projecto, explicou João Sousa ao Negócios, começou em 2005. Numa fase inicial mais de uma dezena de investigadores procuraram validar os modelos de previsão que aliavam a meteorologia à antevisão de produção de energia. Numa segunda fase surgiu o desafio dos promotores eólicos. Um agrupamento denominado Eprev disponibilizou os seus activos para os investigadores operacionalizarem a actividade. Hoje, já constituída como empresa, a Prewind está a fazer previsões quatro vezes ao dia para as próximas 72 horas. "No curto prazo vamos estender para oito a dez dias, um período interessante para se programar a manutenção", aponta João Sousa, director da Prewind.

Detida a um terço pelos institutos e a dois terços pelos investigadores, a Prewind está atenta às oportunidades criadas pela expansão dos promotores portugueses. "As nossas perspectivas passam por aumentar a potência para que estamos a fazer previsão em Portugal e depois internacionalizar", explica João Sousa. O mesmo responsável acredita que em 2011, primeiro ano completo de laboração, a Prewind poderá facturar 250 mil euros.

O ministro da Economia, José Vieira da Silva, referiu na conferência da APREN que "a produção de electricidade renovável cria valor em todo um cluster". E também apelou à cooperação entre as empresas portuguesas nesta área. "É necessária a existência de dinâmicas de concertação no sector empresarial", referiu Vieira da Silva. Fernando Vaz, da Efacec Renováveis, concorda. "Temos que deixar o conceito de um por si e fazer sinergias. Todos juntos seremos mais fortes na abordagem ao mercado", disse este gestor.

Aníbal Fernandes, presidente do consórcio eólico Eneop, sublinhou na mesma ocasião que "saber agarrar as oportunidades foi uma lição muito bem conseguida no "cluster" eólico". Casos como o da Prewind poderão servir de inspiração a que por aí surjam mais empreendedores. Gustavo Fernandes, administrador da Martifer Solar, reconheceu que "as universidades podem acrescentar valor".

O mercado português está aberto a grandes e pequenos projectos na área das energias limpas. O leque de oportunidades é amplo. "As energias renováveis não são uma moda. São algo que veio para ficar", afirmou João Manso Neto, administrador da EDP. Se assim for, aí estará mais um solo fértil para o empreendedorismo português.




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