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Preços do gás sobem na Europa perante sinais de que Rússia não vai aumentar fornecimento como era antecipado
Os preços do gás natural estão a subir na Europa esta segunda-feira, perante os sinais de que a Rússia não vai aumentar o fornecimento, tal como havia sido dito pelo líder russo.
Em meados de outubro, Vladimir Putin afirmou que a Rússia estava preparada para responder às necessidades da Europa na área do gás natural, numa altura em que a procura estava a aumentar significativamente. O aumento do fornecimento de gás natural vindo da Rússia era esperado esta segunda-feira.
Mas, de acordo com a agência Bloomberg, os sinais apontam que a Rússia não vai cumprir com a data que estava acordada, situação que está a fazer com que os preços do gás natural subam na Europa. Os futuros do gás natural chegaram a subir 9,7% na Holanda perante a continuidade de um abastecimento abaixo do esperado no arranque desta semana.
A Rússia, que é o maior fornecedor de gás natural ao continente europeu, tinha prometido que, assim que as reservas de gás natural domésticas estivessem repostas, poderiam aumentar o fornecedor à Europa. No entanto, Moscovo acabou por indicar que não há capacidade extra para fazer chegar mais gás à Europa.
Só este ano, os preços do gás natural na Europa já mais do que triplicaram, num momento em que a Rússia tem mantido a produção limitada.
À agência Bloomberg, Niek van Kouteren, senior trader da holandesa PZEM, comenta que o desfecho da promessa russa é "desapontante", uma vez que "o mercado de gás natural precisa de mais combustível". E, de acordo com este trader, "caso a Rússia não aumente o fornecimento, os preços poderão subir ainda mais".
O Goldman Sachs antecipa que a Rússia possa vir a cumprir com o acordado e a aumentar o abastecimento à Europa ainda esta semana, mas não antecipa "uma normalização imediata".
A Europa parte para as estações do ano mais frias com os menores inventários de gás natural no espaço de uma década.
Em outubro, Vladimir Putin afirmou que a crise energética na Europa não é justificada apenas por perturbações no lado da produção, atribuindo responsabilidades à área política europeia. Na altura, o líder russo defendeu que os países europeus cometeram um "erro" ao contar com compras pontuais de gás natural em vez de assegurar contratos a longo prazo.