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Preço do milho subiu 20% até março e consumo deverá aumentar 3,4%

O preço das 'commodities' (bens ou produtos primários) não energéticas, onde se incluem os produtos agrícolas, deverá progredir quase 20% em 2022 e recuar nos dois anos seguintes.

Milho
05 de Maio de 2022 às 14:14
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O preço do milho aumentou 20% no primeiro trimestre, atingindo 335 dólares (cerca de 318 euros) por tonelada, enquanto a produção mundial, nesta campanha, deverá aumentar 7,5% e o consumo 3,4%, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira.

"No que respeita ao milho, é avançado que os preços deste cereal subiram 20% no primeiro trimestre de 2022, chegando ao valor de 335 dólares/tonelada em março. A guerra na Ucrânia levanta muitas incertezas no mercado global de grãos. O país agora em guerra representa 3,5% da produção mundial de milho", indicou, em comunicado, a Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), citando dados do relatório "O impacto da guerra da Ucrânia no mercado das 'commodities'", do World Bank Report.

A produção mundial de milho deverá aumentar, nesta campanha, 7,5% e o consumo 3,4%.

Entre janeiro e março, o índice de preços de grãos do Banco Mundial subiu 14%, sendo quase 20% superior ao registado no mesmo período do ano anterior.

Por sua vez, o índice de preços de fertilizantes cresceu 10%, seguindo a tendência verificada no ano passado, "quando se registou um aumento dos preços na ordem dos 80% devido a interrupções de fornecimento, crescimento do custo das matérias-primas e restrições comerciais na China e na Rússia".

Prevê-se ainda um crescimento de 70% no valor dos fertilizantes, em consequência da guerra, tendo em conta que a Rússia e a Bielorrússia estão entre os principais fabricantes de fertilizantes e os maiores fornecedores de gás natural, utilizado nos fertilizantes nitrogenados.

O preço das 'commodities' (bens ou produtos primários) não energéticas, onde se incluem os produtos agrícolas, deverá progredir quase 20% em 2022 e recuar nos dois anos seguintes, mas permanecendo acima da última média quinquenal.

"No caso de uma guerra prolongada ou de sanções adicionais à Rússia, os preços podem tornar-se ainda mais altos e mais voláteis que as projeções atuais", alertou.

Já o valor do petróleo bruto (Brent) poderá atingir, em média, 100 dólares (aproximadamente 95 euros) por barril em 2022, o nível mais alto desde 2013, "o que representa um aumento de mais de 40% em relação a 2021".

Contudo, este valor deverá baixar para 92 dólares (87 euros) em 2023.

"O aumento resultante nos preços dos alimentos e da energia impõe grandes desafios para o ser humano. Provavelmente impedirá avanços na redução da pobreza. Preços de 'commodities' mais altos exacerbam as pressões inflacionárias, já elevadas em todo o mundo", afirmou, no mesmo documento, o diretor do grupo de perspetivas do Banco Mundial, Ayhan Kose.
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