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Possibilidade de BCE baixar juros leva euro a mínimo de 9 meses

O euro fixou hoje um novo mínimo de nove meses, nos 1,2028 dólares, com o mercado a especular que o Banco Central Europeu vai baixar as taxas de juro, tendo em conta as declarações proferidas por Otmar Issing, economista-chefe da autoridade monetária euro

13 de Junho de 2005 às 16:07
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O euro fixou hoje um novo mínimo de nove meses, nos 1,2028 dólares, com o mercado a especular que o Banco Central Europeu vai baixar as taxas de juro, tendo em conta as declarações proferidas por Otmar Issing, economista-chefe da autoridade monetária europeia.

O euro descia 0,66% para os 1,2038 dólares, tendo fixado um mínimo desde 8 de Setembro nos 1,2028 dólares

Nos Estados Unidos os juros estão nos 3% e as expectativas apontam para novos aumentos em breve, enquanto na Zona Euro o preço do dinheiro está nos 2% e são cada vez maiores as pressões para que o Banco Central Europeu proceda mesmo a um corte nas taxas de juro, devido ao fraco crescimento da economia europeia.

A Reserva Federal reúne a 30 de Junho e os economistas aguardam novo aumento de 25 pontos base nas taxas de juro. Já na Zona Euro são cada vez maiores as especulações sobre uma descida nos juros, um cenário que os discursos divergentes dos responsáveis do BCE ajudaram a construir.

Otmar Issing, economista chefe do BCE, disse numa entrevista à revista «Der Spiegel», que a fraca actividade económica na Zona Euro está a reduzir os riscos de existirem pressões inflacionistas na Zona Euro.

Quando questionado sobre se as expectativas dos investidores quanto a uma descida nas taxas de juro era justificável, Issing disse que «no passado, os mercados financeiros quase sempre acertaram com antecipação nas decisões de política monetário do BCE».

Estas palavras aumentas as especulações quanto a uma descida dos juros, mas não são consensuais entre os responsáveis do BCE. O presidente, Jean Claude-Trichet, tem repetido que o Conselho de Governadores não tem discutido a hipótese de descer os juros, e Wellink, membro do Conselho, afirmou hoje que não há razões para o BCE cortar os juros.

Os analistas consideram que o discurso de Issing serve para preparar o mercado para uma redução dos juros. Estes estão nos 2% há dois anos e tem sido várias as pressões sobre o BCE – governantes alemães e italianos, FMI e OCDE – para baixa o preço do dinheiro.

Certo é que há agora esta expectativa nos mercados e o diferencial das «yields» das obrigações dos Estados Unidos e as alemãs é já de 92,1 pontos base, o valor mais elevado em dois meses, que torna o investimento nos títulos americanos mais atractivos.

Um dos governadores da Reserva Federal disse no fim-de-semana que a Fed vai continuar a aumentar os juros de forma moderada.

Quanto mais alta é a taxa de juro, mais atractiva fica a moeda respectiva, pois a remuneração dos activos denominados nessa divisa aumenta.

O pessimismo dos analistas consultados pela Bloomberg acerca da evolução do euro atingiu o nível mais elevado dos últimos dois anos. Este ano a moeda europeia já desceu 11% face ao dólar, mas os analistas acreditam que pode em breve quebrar em baixa a barreira dos 1,20 dólares.

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