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Portugal tem 1.500 refugiados, pedidos este ano aumentaram

Portugal acolhe actualmente cerca de 1.500 refugiados, tendo só este ano recebido 633 pedidos de asilo, metade dos quais foi despachado favoravelmente, segundo números do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

12 de Setembro de 2015 às 09:05
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Apesar de estarem todos os dias a chegar aos países europeus milhares de refugiados, em Portugal os pedidos de asilo não são significativos se comparado com o que acontece noutros países. Segundo os números mais recentes do SEF, fornecidos à agência Lusa, dos 633 pedidos de asilo 312 foram admitidos, 103 foram recusados e 31 desistiram do pedido.

No ano passado a Ucrânia e o Paquistão foram dos países mais representados, tendo surgido já este ano mais pedidos da Serra Leoa ou Somália, sendo que quer em 2014 quer este ano os requerentes são sobretudo homens entre os 19 e os 39 anos.

No ano passado foram recebidos 442 pedidos (63 por cento dos quais foram admitidos), menos 14 por cento do que no ano anterior. Na média dos países industrializados os pedidos de asilo aumentaram 45% de 2013 para 2014, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O relatório, divulgado no final de junho, mostra que Portugal é dos países menos procurados por requerentes de asilo. De 2010 a 2014 Portugal recebeu ao todo 1.690 pedidos de asilo, enquanto a Espanha recebeu no mesmo período 19.140 e a Alemanha 432.260.

Só no ano passado a Alemanha recebeu 173.100 pedidos de asilo, o que colocava o país em primeiro lugar na lista dos que mais recebem esses pedidos, seguindo-se em segundo lugar os Estados Unidos (121.200 pedidos), a Turquia em terceiro (87.800), a Suécia em quarto (75.100) e a Itália em quinto (63.700).

Ainda de acordo com o relatório, se forem contabilizados apenas os 28 Estados membros da União Europeia os pedidos de asilo atingiram os 570.800, um aumento de 44% face a 2013, em grande parte fruto dos conflitos na Síria (o país de onde surgem mais pedidos, 149.600 em 2014), no Iraque e no Afeganistão.

O Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo (EASO) apresenta alguns dos números ligeiramente diferentes, mas todos coincidem no aumento dos pedidos de asilo a países europeus no ano passado, a maioria deles vindos de cidadãos sírios.

Neste ano, segundo estimativas recentes do SEF, o número de pedidos de asilo pode aumentar 100 por cento em relação a 2014. Se em todo o ano passado foram 442 os pedidos, só este ano os pedidos já ascendem a 633.

A maior parte dos 1.500 refugiados registados no país vive na região de Lisboa (mas há refugiados em todos os distritos), sendo que alguns residem legalmente no país há mais de uma década e outros que ao fim de seis anos adquiriram a nacionalidade portuguesa.

O SEF explica ainda que a maior parte dos refugiados chegou a Portugal espontaneamente e que outros chegaram ao abrigo do Programa Nacional de Reinstalação, em vigor deste 2007.

Neste caso, adianta, Portugal foi busca-los a outros países, onde estavam sob proteção do ACNUR, como o Egipto, a Turquia ou a Ucrânia, entre outros.

"Também existem refugiados que foram recolocados em Portugal, em 2009 e 2012 provenientes de Malta, como demonstração de solidariedade de Portugal para com esse país da União Europeia sujeito a forte pressão no respetivo sistema de asilo e para com os refugiados, oferecendo uma perspetiva de integração mais estável", diz o SEF.

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