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Portugal cai 3 lugares na lista dos mais inovadores do mundo. Coreia do Sul destrona Alemanha
Portugal recuou três lugres no ranking dos países mais inovadores no mundo, que é liderado este ano pela Coreia do Sul.
Depois de se ter fixado no 34º lugar, no ano passado, Portugal passou este ano para a 37ª posição do Índice de Inovação da Bloomberg.
A Coreia do Sul voltou ao primeiro lugar destronando a Alemanha, que caiu para a quarta posição, enquanto os EUA saíram da lista dos 10 primeiros, que mostra uma concentração de países europeus. O país asiático liderou o índice em sete dos nove anos em que tem sido publicado. Singapura e Suíça subiram uma posição, ficando em segundo e terceiro lugares.
O índice da Bloomberg analisa dezenas de critérios usando sete métricas igualmente ponderadas, como gastos com investigação e desenvolvimento, capacidade de produção e concentração de empresas de alta tecnologia.
As classificações de 2021 refletem um mundo onde a luta contra a Covid-19 trouxe a inovação para o primeiro plano, desde os esforços dos governos para conter a pandemia até à infraestrutura digital, que permitiu que as economias funcionassem durante a crise e a corrida para desenvolver vacinas.
"No ano da Covid e enfrentando a urgência das alterações climáticas, a importância dos fundamentos da inovação só aumenta", disse Catherine Mann, economista-chefe global do Citigroup. "A inovação geralmente é medida por novas ideias, novos produtos e novos serviços", disse, mas a sua "difusão e adoção" é a verdadeira métrica de sucesso.
Wuhan
Muito dos dados Bloomberg são anteriores à crise do coronavírus. Ainda assim, vale a pena destacar que muitos países no topo do índice - como a Coreia, Alemanha e Israel - têm sido líderes mundiais em algumas áreas de combate à pandemia, seja em rastreamento de contatos ou vacinação rápida.
Empresas dos EUA como a Zoom Video Communications ou a fabricante de vacinas Pfizer estão entre os símbolos de inovação do ano passado, refletindo a melhor classificação dos Estados Unidos em densidade de empresas de alta tecnologia.
A pandemia também destacou um tipo diferente de avanço, que tem mais a ver com políticas e organização do que com tecnologia ou pesquisa, de acordo com o economista vencedor do Prémio Nobel Paul Romer.
"Devemos reconhecer que as métricas disponíveis perdem dimensões importantes da inovação", disse Romer, professor da Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque. "As autoridades em Wuhan mostraram pela primeira vez que, em algumas semanas, é viável testar 10 milhões de residentes de uma cidade para o coronavírus. Foi uma inovação de saúde pública muito importante."
O retorno da Coreia do Sul ao primeiro lugar deve-se principalmente ao aumento na atividade de patentes, onde está no topo, ao lado de um forte desempenho em investigação e desenvolvimento e manufatura.
A perda da coroa da Alemanha segue um aviso feito há dois anos por Juergen Michels, economista-chefe do Bayerische Landesbank, segundo o qual o país carece de trabalhadores qualificados e de uma estratégia adequada para a tecnologia de próxima geração.
Como as duas maiores economias, os EUA e a China são responsáveis por grande parte da inovação mundial e também travam uma batalha em áreas-chave de políticas, como direitos de propriedade intelectual. A diferença entre esses países tem diminuído continuamente desde que o índice foi lançado. Este ano, ambos caíram no ranking.
Os EUA, que lideraram o primeiro Índice de Inovação da Bloomberg em 2013, caíram duas posições, para 11º.
No relatório do ano passado, o Conselho Nacional de Ciência revelou que "onde antes os Estados Unidos eram o líder inconteste em ciência e engenharia, agora desempenhamos um papel menos dominante".
A China caiu uma posição para o 16º lugar no índice de 2021.
Outros vencedores no índice deste ano são a Índia, que voltou a ficar entre os 50 mais bem classificados pela primeira vez desde 2016, e o Uruguai, que se qualificou pela primeira vez. Argélia e Argentina estão entre os países que mais caíram no ranking.
O processo de classificação começou com mais de 200 economias, pontuadas numa escala de 0 a 100 em sete categorias igualmente ponderadas. As nações que não relataram dados para pelo menos seis categorias foram eliminadas, reduzindo a lista total para 111. A Bloomberg publica as 60 principais economias.