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Pedro Ferraz da Costa: “Tenho pena que a troika tenha ido embora”
O presidente do Fórum para a Competitividade lamenta a saída da troika de Portugal, porque considera que nessa altura Portugal estava comprometido com o cumprimento de um programa. Neste momento, o Governo navega à vista, lamenta.
Pedro Ferraz da Costa defende que com a troika em Portugal, o país tinha um plano claro para seguir, e que agora está a navegar à vista. É por isso que o presidente do Fórum para a Competitividade diz ter saudades da troika. "Desde que fizemos a saída limpa deixou de haver programa [para seguir] e agora continua a não haver", resumiu, durante a conferência "Moldar o Futuro", organizada pela CIP em Lisboa.
"Tenho pena que a troika tenha ido embora", assumiu Ferraz da Costa durante o painel "Portugal: Millenial?". O empresário defende ao Negócios que "há coisas em Portugal que infelizmente só se fazem quando há pressão externa para mudar" e que quando a troika esteve em Portugal, entre 2011 e 2014, "havia 400 medidas ou 600 para serem tomadas naquele tempo" que "foram tomadas". "A gente sabia o que ia ser feito", resumiu.
Ferraz da Costa lamenta também o valor do resgate a Portugal. "A dimensão financeira do envelope da troika era insuficiente porque não considerava os problemas da banca e do sector dos transportes", e Portugal deveria ter recebido "110 ou 115 mil milhões de euros", em vez de 78 mil milhões. Isso aconteceu porque a União Europeia "queria sinalizar que o problema se estava a resolver, por isso o envelope tinha de ser mais pequeno que o irlandês", que ascendeu a 85 mil milhões de euros.
Assim se explicam "as hesitações do [anterior] Governo em relação a abrir o problema da banca, quando sabia que não havia dinheiro" para ele.