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Passos defende consenso político-partidário no apoio aos refugiados
O primeiro-ministro considera importante que haja consenso político-partidário e mobilização na resposta à crise migratória na Europa, defendendo que os refugiados devem ser "devidamente integrados em Portugal".
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Instituto de Emprego e Formação Profissional de Braga, Pedro Passos Coelho disse não saber ainda "nesta altura exactamente qual será o número de refugiados que Portugal poderá vir a acolher", mas admitiu que "será sensivelmente superior aquele que tem estado em cima da mesa, porque as necessidades também tem vindo a crescer".
Questionado sobre as propostas do secretário-geral do PS para os refugiados em Portugal, o primeiro-ministro não quis fazer qualquer comentário, mas considerou ser "muito importante que, do ponto de vista político-partidário, esta questão seja tratada de uma forma tão consensual quanto possível, porque o país precisa de se mobilizar no seu conjunto para responder a esta crise humanitária".
"Não creio que isso nos divida, sinceramente. E teremos todos muito que fazer e boas ideias com certeza a aportar de modo a preparar o terreno para que os refugiados possam ser devidamente integrados em Portugal", defendeu.
Passos Coelho afirmou que mais do que o anúncio do número de refugiados que Portugal vai acolher, importa tratar desta integração, uma vez são "pessoas que trazem situações muito difíceis na sua história pessoal, que têm necessidades de respostas muito específicas", como a questão da língua, acesso à educação e à saúde e acesso às políticas de emprego.
"Não é uma tarefa simples, fácil, basta dizer que Portugal passou por uma crise importante em que muitas pessoas - não estavam nestas condições - mas tinham situações de desemprego, de vulnerabilidade económica e social e o Estado não pode deixar também de atender à satisfação dessas necessidades", sublinhou.
Para o governante, é preciso "preservar um equilíbrio" entre aquilo que é a capacidade de Portugal ser solidário "cá dentro" com a capacidade de o país de ser solidário "com os refugiados que estão associados a uma crise humanitária que há muitos anos não era sentida na Europa".
"É preciso uma resposta europeia. Ela está a ser preparada. Existe um pedido para aumentar significativamente as recolocações que estavam apontadas no Conselho Europeu. Nesta altura, pensa-se que pode ser necessário encontrar pelo menos cerca de 160 mil recolocações no território europeu", enumerou.
Para Passos Coelho, "a Europa precisa de fazer mais e melhor", mas, por outro lado, "cada país precisa também de se organizar para ir ao encontro dessas necessidades".