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Passos Coelho e Santana Lopes defendem nova política económica

Os candidatos à liderança do PSD Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes defenderam hoje um "caminho diferente" para a política económica, criticando a excessiva aposta na redução do défice público.

01 de Maio de 2008 às 16:51
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Os candidatos à liderança do PSD Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes defenderam hoje um "caminho diferente" para a política económica, criticando a excessiva aposta na redução do défice público.

"Devemos apostar num crescimento económico que não descure o saneamento das contas públicas, mas que também olhe para as empresas", afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à entrada para um almoço com Trabalhadores Social-Democratas (TSD), que decorreu em Lisboa.

Lamentando a excessiva importância que Portugal tem dado aos "objectivos intermédios", deixando para trás os "objectivos de longo" prazo", Passos Coelho defendeu uma aposta nos trabalhadores e "não só no défice público".

Questionado sobre se essa era uma crítica às políticas da ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, que também está na "corrida" à liderança dos sociais-democratas, Passos Coelho disse que o resultado das suas política "é um resultado que todo o PSD assume".

"Não é uma crítica directa", sublinhou, considerando, contudo, que se deve reconhecer que Portugal não conseguiu "apostar o suficiente numa nova economia e em novas oportunidades".

Sobre a sua presença no almoço dos TSD, que convidaram todos os candidatos às eleições directas para a liderança do partido para o seu tradicional almoço do dia 01 de Maio, Passos Coelho garantiu estar presente por "convicção e não por oportunismo". "Hoje devemos felicitar os sindicatos e o papel importante que desempenham na democracia", salientou, enfatizando a necessidade de existirem sindicatos "fortes e responsáveis".

Também presente no almoço dos TSD, Pedro Santana Lopes defendeu igualmente a necessidade de se encontrar "um novo caminho" para as políticas económicas, financeiras e fiscais, recordando os "maus resultados" da "ortodoxia macro-económica".

"O caminho é outro", sublinhou, defendendo uma maior aposta no crescimento económico, nos estímulos à produtividade e na redução da carga fiscal.

Questionado sobre se esta é uma crítica às políticas seguidas por Manuela Ferreira Leite quando foi ministra das Finanças, Santana Lopes disse que se trata de um balanço que é necessário fazer, não por "questões pessoais", mas porque é necessário "clarificar".

"Estas devem ser as eleições da clarificação", declarou, recusando, contudo, a ideia de "penalizar" qualquer um dos candidatos pelo seu passado.

Mas, acrescentou, este é um debate que tem de ser travado durante a campanha para as eleições directas para a liderança do PSD, porque é necessário encontrar alternativas a políticas que levaram a "resultados menos bons".

Além de Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes, também os candidatos à liderança dos TSD Mário Patinha Antão e António Neto da Silva estiveram presentes no almoço dos TSD.

Manuela Ferreira Leite acabou, assim, por ser a única candidata às directas a não estar presente no almoço dos TSD, devido a compromissos pessoais, embora tenha enviado uma mensagem de "estímulo" para a sua acção.

"Na tradição social-democrata a dignidade do trabalho e do trabalhador é um elemento fundamental dos nossos valores", referiu Manuela Ferreira Leite numa mensagem lida pelo presidente dos TSD, Arménio Santos, antes do almoço.

Por isso, acrescentava Manuela Ferreira Leite na mensagem, "um momento em que para muitos essa dignidade está ferida pelo desemprego, pela perda de poder de compra dos salários, pelas dificuldades crescentes em manter uma vida satisfatória para si próprios e as suas famílias, com dificuldades em educar os seus filhos e dar-lhes o futuro que muitos deles não tiveram, esses valores que nos são próprios devem ser reafirmados sem ambiguidade".

"É para todos vós que, mais que nunca, se exige uma alternativa de bom governo e de boa política", sublinhava ainda.

Ainda antes do almoço, que além dos quatro candidatos à liderança do PSD contou ainda com a presença do vice-presidente do partido Rui Gomes da Silva e do vice-presidente da bancada parlamentar Luís Montenegro, o líder do PSD/Algarve aproveitou para deixar um "recado".

"Faço votos para que aquele que vencer as próximas eleições faça com que haja uma verdadeira representação no Parlamento daqueles que trabalham por conta de outrem e não apenas de empresários e profissionais liberais", disse.

"Falo com o coração, mas o recado está dado", acrescentou Mendes Bota, que é também vice-presidente da direcção de Luís Filipe Menezes, que abandonou a liderança do partido há cerca de duas semanas.

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