Já o primeiro-ministro Durão Barroso, depois de felicitar o PS pela vitória, salientou que «os partidos da coligação e o maior partido da oposição - com tradição europeísta - conseguiram uma maioria esmagadora».

Durão Barroso diz ter percebido a mensagem que os portugueses manifestaram nestas eleições europeias, interpretando o resultado como «uma mensagem de exigência que nos estimula para fazer ainda mais».

Prometeu que o Governo vai seguir a mesma linha prosseguida até aqui, mas que deverão ser corrigidos os erros efectuados. Durão, tal como Paulo Portas, distanciou os resultados das europeias com o das legislativas, pelo que sugeriu que não irá remodelar o Governo em resposta aos resultados das eleições.

Em jeito de justificação para o resultado obtido Durão Barroso afirmou que Portugal vive um «momento difícil», mas voltou a relembrar os últimos dados económicos que sugerem uma retoma da economia, estimando que Portugal cresça em linha com a média da Zona Euro este ano e já seguramente acima em 2005.

Entre os comentadores políticos, Fernando Lima, director do «Diário de Notícias», considerou que o primeiro-ministro terá de fazer uma remodelação, pois a última substituição de Amílcar Theias foi claramente insuficiente, enquanto Eduardo Dâmaso, vice-director alertou para a necessidade de substituir a ministra da Justiça Celeste Cardona, o que poderá fragilizar a coligação do Governo dado ser esta uma pasta do PP de Paulo Portas.

No seu habitual comentário na TVI Marcelo Rebelo de Sousa classificou os resultados das eleições de «banhada» para a coligação, mas lembrou que a grande maioria dos Governos em funções nos vários países europeus foram também derrotados com «banhadas». O professor explicou estes resultados com o facto de os «europeus estarem fartos da crise».

Marcelo chamou a atenção para a necessidade de o Governo ter agora que anunciar novas medidas e dar a ideia que está a fazer coisas novas, se quiser repetir o feito de Cavaco Silva, que perdeu as Autárquicas em 1989 e conseguiu uma maioria absoluta dois anos depois nas legislativas.

A nível europeu as eleições foram ganhas pelo Partido Popular Europeu, de direita, tornando assim mais difícil a António Vitorino chegar a presidente da Comissão Europeia.