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Papandreou: "Se há consenso não é preciso referendo" (act.)

Primeiro-ministro grego diz que a proposta de convocar um referendo nunca foi um fim em si mesma, mas o meio de confirmar um consenso em torno de um projecto – o euro e a integração europeia – que pode agora ser consolidado com um governo de coligação nacional.

03 de Novembro de 2011 às 16:47
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George Papandreou disse hoje estar disposto a dar início a conversações com o principal partido da oposição, a Nova Democracia, com vista à formação de um governo de unidade nacional que permita aprovar as medidas de austeridade e as reformas acordadas com a comunidade internacional a troco de um novo empréstimo ao país, que envolverá o perdão de metade da dívida pública grega detida por bancos e instituições financeiras privadas.

Falando no Parlamento, no final de mais um dia dramático em Atenas, o primeiro-ministro congratulou-se com a abertura manifestada pelo líder conservador, Antonis Samaras, de se juntar à mesa das conversações.

“Quero acreditar que as suas intenções são firmes” e “espero que este seja o início de uma nova cultura política neste país”, afirmou, ao mesmo tempo que dizia que a proposta de um referendo será abandonada, caso se confirme a existência de condições políticas que permitam a adopção das medidas “difíceis” que estão pela frente.

Já esta tarde, o líder da oposição conservadora, Antonis Samaras, apelou à formação de um governo de transição, antes da realização de eleições antecipadas, para aprovar o novo plano de ajuda europeia decidido a 27 de Outubro em Bruxelas.

"Chegámos aqui com a política do governo (socialista), o novo acordo para a continuação da ajuda à Grécia é inevitável e é preciso garanti-lo", afirmou Samaras, que até agora se tem oposto às medidas de austeridade adoptadas na Grécia e a qualquer ideia de um governo de união nacional.

O acordo sobre a nova ajuda à Grécia "não deve ficar pendente" e a sexta prestação do empréstimo de 110 mil milhões de euros concedido pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) "deve ser entregue o mais rapidamente possível para que as eleições decorram em condições normais", afirmou, citado pela agência Lusa.

Referendo na gaveta - para já

Perante os parlamentares – que amanhã votam uma moção de confiança submetida pelo Governo para tentar "arregimentar", antes de mais, os próprios deputados do Pasok (no poder) – Papandreou não deixou cair em absoluto a ideia de realizar uma consulta popular, mas explicou que convocar um referendo nunca foi um fim em si mesma, antes o meio de confirmar um consenso em torno de um projecto – o euro e a integração europeia – que pode agora ser consolidado com um governo de coligação nacional.

“O problema político permanece: como implementar este programa. Temos de ter condições de estabilidade”, frisou, depois de ter repetido que o acordo da cimeira da semana passada “abre novos horizontes” para a Grécia.

Mais taxativo em relação ao referendo falou o ministro das Finança, que discursou no Parlamento logo após o primeiro-ministro. "O governo anuncia de forma oficial que não haverá um referendo", assegurou Evangelos Venizelos

O acordo desenhado na semana passada pelos líderes dos países do euro abre portas a um segundo empréstimo "oficial" (da UE e do FMI) de 100 mil milhões de euros e pressupõe que os bancos que investiram em dívida grega aceitem "voluntariamente" perdoar metade (em vez dos 21% inicialmente pensados) dos cerca de 210 mil milhões que emprestaram ao país.

Se tudo correr como o previsto, a dívida pública grega chegará a 2020 a 120% do PIB – bem menos que os quase 190% previstos na ausência de reestruturação, mas isso significa que, ao fim de uma década de austeridade, o rácio da dívida será ainda o dobro dos 60% recomendado pelos Tratados europeus.

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