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Pandemia mudou comportamento de 91% dos consumidores

Um estudo da consultora EY conclui que a crise pandémica teve um impacto “sem precedentes” no comportamento dos consumidores portugueses.

Os supermercados debatem-se com a subida dos custos de funcionamento.
João Cortesão
11 de Dezembro de 2020 às 09:00
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Mais de 90% dos consumidores portugueses mudaram a forma de fazer compras nos últimos meses, e mais de metade (54%) alteraram os produtos que compram. Estas são algumas das consequências da pandemia no comportamento dos consumidores, segundo o inquérito Future Consumer Index, conduzido pela consultora EY pela primeira vez em Portugal.


O estudo conclui que as novas regras e restrições estão a levar os consumidores a gastar mais em serviços de entrega de supermercado ao domicílio, em alimentos frescos, enlatados e secos, e congelados, bem como a preparar mais refeições em casa. Mais de dois terços dos inquiridos (67%) diz-se mais disposto a experimentar novas marcas ou produtos. Em sentido inverso, diminuíram os gastos atividades de lazer fora de casa, férias e produtos de luxo.


Os resultados do estudo em Portugal estão em linha com as tendências verificadas no resto do globo. Cerca de 73% dos inquiridos sentem que "a forma como vivem mudou significativamente" face ao ano passado.


"Imposta e moldada por uma pandemia, a economia do distanciamento social começa a ganhar força. Estamos, claramente, a assistir a uma economia que resulta de novos hábitos de consumo e que privilegia a diminuição do contacto social próximo, afasta-nos e aumenta as restrições de saúde sanitária. Tal terá impacto nas formas como vivemos, como trabalhamos, como compramos, como nos divertimos, movimentamos e usamos a tecnologia. Terá e já tem. Os resultados estão à vista", destaca Sérgio Ferreira, diretor executivo da área de experiência digital e serviços de consultoria da EY Portugal.


O impacto "sem precedentes" que a covid-19 está a ter no consumo reflete-se também nas preocupações com a saúde, que abrangem 89% dos inquiridos, com as liberdades individuais, que preocupam 88% dos indivíduos, com as finanças pessoais (87%) e com o emprego (76%).


No capítulo das finanças, o impacto do vírus é notório. Entre os inquiridos, 34% estão com rendimentos mais baixos face ao período pré-pandemia, enquanto 67% estão a tentar poupar mais. Cerca de 80% afirmam pensar "com mais cuidado" onde gastam dinheiro, enquanto 66% garantem estar a cortar em gastos desnecessários. A quadra natalícia parece enquadrar-se nesta categoria: 71% dos inquiridos esperam gastar menos no Natal e Ano Novo.


A pandemia também incrementou outros hábitos, como uso de tecnologias. Cerca de 60% dos portugueses questionados passam agora mais tempo na internet e 55% "sentem que a tecnologia ajuda a aproveitar mais a vida durante a pandemia".


O estudo demonstra também que metade dos indivíduos consideram estar a "lidar bem" com os impactos da crise pandémica. Quanto ao futuro, 28% dos portugueses acreditam que serão precisos entre um a dois anos para a covid deixar de afetar o quotidiano das famílias. Pouco mais de 40% estão "confiantes sobre o futuro" e 61% dos inquiridos não acreditam que a economia nacional recupere no próximo ano.

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