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Pandemia baixa do nível crítico para situação de alarme

O indicador do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos para os serviços de saúde está agora nos 79.59, já abaixo do limiar do nível de alerta estabelecido em 80 pontos.

Vítor Mota
12 de Fevereiro de 2022 às 18:59
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Portugal baixou do nível crítico para a situação de alarme no indicador de avaliação da pandemia do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, o que significa um alívio da pressão sobre os serviços de saúde.

Segundo os últimos dados do Instituto Superior Técnico (IST), o indicador que avalia o risco da pandemia para os serviços de saúde está agora nos 79.59, já abaixo do limiar do nível de alerta estabelecido em 80 pontos.

"A previsão é de descida muito acentuada deste indicador nos próximos dias", disse à Lusa o matemático Henrique Oliveira, um dos responsáveis pela elaboração e atualização diária deste indicador da pandemia da covid-19.

A situação epidemiológica é "muito favorável e o paradigma alterou-se", adiantou o professor do IST, para quem "agora as medidas já não limitam o crescimento e decrescimento dos casos", uma vez que o número de infeções vai diminuir por o país ter atingido "a saturação" - pessoas que já foram infetadas ou que estão vacinadas contra o coronavírus SARS-CoV-2.

Este indicador é composto por cinco parâmetros - novos casos, óbitos, internados em enfermaria e cuidados intensivos, índice de transmissibilidade (Rt) e incidência de infeções - que compõem uma escala que tem como limiares os 80 pontos do nível de alerta e os 100 pontos do nível de crítico.

Quando esta avaliação ultrapassa os 100 pontos, o "Serviço Nacional de Saúde tem de alocar mais recursos e começa a ter de passar os doentes que não têm covid-19 para segundo plano. Há muitos tratamentos que começam a ser adiados", explicou Henrique Oliveira.

A partir de 21 de janeiro o indicador de avaliação da pandemia das duas instituições atingiu um valor superior a 100 pontos (nível crítico), tendo atingido nesta vaga pandémica o máximo de 105.8 em 24 de janeiro.

Desde então, o valor do indicador tem vindo a baixar, refletindo a redução do número de casos, da incidência e do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus, atingindo agora os 79.59.

Na recente vaga, Portugal ultrapassou pela segunda vez o nível crítico nesta avaliação desde o início da pandemia, com a primeira a verificar-se entre o final de outubro de 2020 e fevereiro de 2021, quando se registou a maior pressão sobre os serviços de saúde.

Nesta altura, o número de doentes internados nos hospitais portugueses atingiu um máximo de 6.869 - sendo que nem todos os internamentos se devem à covid-19, podendo ser motivados por outras patologias apesar da existência de infeção com SARS-CoV-2 - com mais de 900 pessoas em unidades de cuidados intensivos, registando-se ainda mais de 300 mortes em dois dias (28 e 31 de janeiro), números muito superiores aos atuais.

O indicador continua a ter em conta a atividade da pandemia a partir da incidência e da transmissibilidade (Rt), mas engloba também a gravidade da doença, determinada em função da letalidade e dos internamentos em enfermaria e cuidados intensivos.

Este método de avaliação foi apresentado publicamente a 14 de julho de 2021 pelo Instituto Superior Técnico e pela Ordem dos Médicos, que o propuserem às entidades competentes como matriz de análise de risco da pandemia.

Na altura, o Ministério da Saúde garantiu que os parâmetros que constam deste indicador já eram considerados nas decisões sobre pandemia.

A covid-19 provocou pelo menos 5,78 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.492 pessoas e foram contabilizados 3.069.128 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
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