A secretária de Estado dos Transportes anunciou hoje que o Governo já acordou a manutenção dos passes sociais com os operadores de transportes da Área Metropolitana de Lisboa, que passam a ser compensados pelos serviços prestados.

«Hoje chegámos a acordo com os operadores da Área Metropolitana de Lisboa para a manutenção do passe social», disse Ana Paula Vitorino, no plenário da Assembleia da República, durante uma interpelação ao Governo sobre Transportes e Mobilidade, requerida pelo partido ecologista Os Verdes (PEV).

Ainda segundo a secretária de Estado, esse acordo introduz uma nova regra que passa pela «assumpção de que o Estado vai compensar os operadores pelo serviço prestado».

«O passe social tem que ser mantido, tem que continuar», salientou Ana Paula Vitorino, que respondia a uma questão colocada pela deputada do Bloco de Esquerda (BE) Helena Pinto.

Mais tarde, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, adiantou ainda que deste acordo continua excluída a Fertagus, empresa que faz a travessia ferroviária da Ponte 25 de Abril, em Lisboa.

«Para já não está previsto que o passe social seja alargado à Fertagus» , afirmou, explicando que esse alargamento iria traduzir-se num aumento do preço do passe social.

Ainda sobre o preço dos passes sociais, e na sequência de outra pergunta da deputada do BE Helena Pinto, a secretária de Estado dos Transportes reiterou que não vão existir «aumentos casuísticos» e que, conforme já anunciou o ministro Mário Lino, os passes sociais só poderão ser aumentados duas vezes por ano.

«Em cada semestre, será feita uma avaliação dos custos de produção para verificar se houve um aumento», explicou Ana Paula Vitorino, acrescentando que os passes sociais só aumentarão caso exista uma variação superior a 1% .

A questão do aumento dos preços dos transportes já tinha, aliás, sido levantada pelo deputado dos «Verdes» Francisco Madeira Lopes na sua intervenção inicial da interpelação do Governo.

«O passe social L123 aumentou nos últimos seis anos 37,5%, mas os salários, pelo menos da generalidade dos trabalhadores por conta de outrem, e as pensões não aumentaram nem de perto, nem de longe o mesmo», criticou Francisco Madeira Lopes.