Notícia
Objetivos para entrega de casas a famílias carenciadas derrapam para 2026
O Governo tinha definido 2024 como o ano para a resolução dos problemas habitacionais, através da entrega de casas a famílias carenciadas. De acordo com a calendarização do PRR, a meta só deverá ser atingida dois anos depois do objetivo.
De acordo com os documentos técnicos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa Primeiro Direito, que estipula a entrega de 26 mil casas a famílias carenciadas, só deverá estar concluído dois anos depois do objetivo inicial, indica o jornal Público.
Este programa, que foi anunciado em 2018, determinava o ano de 2024 como o objetivo para a resolução das carências habitacionais. Mas, de acordo com os documentos do PRR, o número de famílias carenciadas aumentou e a execução do programa não estará a acompanhar esse aumento.
Até ao terceiro trimestre de 2023 deverá estar concluída a entrega de 3.000 casas às famílias carenciadas. Em setembro de 2024, deverão ser 7.000 as casas entregues no âmbito deste programa. As 26 mil casas prometidas para abril de 2024 deverão estar concluídas e entregues até ao terceiro trimestre de 2026, nota o diário.
O investimento na habitação estipulado no PRR atinge os 2.732 milhões de euros, sendo que 1.149 milhões de euros deste montante são empréstimos.
Em entrevista ao Negócios, Marina Gonçalves, secretária de Estado da Habitação, afirmava no início de março que o Governo mantinha para 2024 a meta para pôr fim às carências habitacionais. "É uma meta muito ambiciosa, mas continuamos a trabalhar para ela. Temos aqui de encontrar respostas que ultrapassem o ano de 2024, não por uma questão de não exequibilidade mas porque continuam a surgir necessidades", disse na altura.
De acordo com a secretária de Estado, os municípios assinalados com o maior número de famílias carenciadas a nível de habitação eram Lisboa, Almada, Setúbal, Matosinhos e Porto.