Notícia
O adeus às armas de Nino Vieira
Nino Vieira morreu às mãos de militares descontentes, mostrando que afinal a história se repete. O Chefe de Estado guineense havia chegado pela mesma via ao poder em Novembro de 1980, depois de ter derrubado o Presidente da República, Luís Cabral. Só que na ocasião, o golpe militar aconteceu sem derramamento de sangue.
Nino Vieira morreu às mãos de militares descontentes, mostrando que afinal a história se repete. O Chefe de Estado guineense havia chegado pela mesma via ao poder em Novembro de 1980, depois de ter derrubado o Presidente da República, Luís Cabral. Só que na ocasião, o golpe militar aconteceu sem derramamento de sangue.
João Bernardo Vieira nasceu a 27 de Abril de 1939 e foi um dos guerrilheiros mais temidos do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), durante a guerra colonial. Entre os seus companheiros de armas tinha a aura de ser impiedoso, imbatível, e de conseguir afastar as balas através de poderes mágicos. Electricista de formação, Nino tornou-se rapidamente uma das figuras mais prestigiadas do PAICG, organização criada em 1960 por Luís Cabral, tendo rapidamente subido na hierarquia do movimento.
Após ter atingido a presidência, Nino Vieira suspendeu a Constituição e instaurou um Conselho Militar da Revolução que manteve até 1984, ano em que voltou a instituir um regime civil na Guiné Bissau.
Na primeira vez que promoveu eleições presidenciais na Guiné-Bissau, em 1994, Mino Veira foi o mais votado, mas venceu por escassa margem Kumba Ialá, do PRS (Partido da Renovação Social).
A partir dessa data as acusações de corrupção e favorecimento em torno da sua liderança aumentaram de tom e em 1999, depois de um golpe de Estado liderado pelo brigadeiro Ansumane Mané, Nino Vieira foi obrigado a partir para o exílio. A escolha óbvia foi Portugal e o Chefe de Estado guineense chegou a ficar alojado na casa de Valentim Loureiro. O ex-presidente do Boavista e actual líder da Câmara de Gondomar era amigo de longa data de Nino e chegou a ser cônsul da Guiné-Bissau no Porto.
O cargo de Presidente da Guiné foi então ocupada por Kumba Ialá, mas este acabou por ser também derrubado por militares. Em 2005 Nino Vieira voltou à Guiné e candidata-se à presidência da República, tenho ganho o sufrágio à segunda volta com 52,35% dos votos.
Apesar dos actos eleitorais, a partir de 1999 a situação na Guiné-Bissau foi-se deteriorando progressivamente, as purgas políticas tornaram-se frequentes e os investidores estrangeiros foram abandonando o país, descrentes no seu futuro. Nos últimos tempos, a Guiné-Bissau foi sendo referenciada como um narco-Estado, dominado pelos barões da droga, com a conivência do poder.
O assassinato de Nino Vieira é mais um triste voltar de página na história de um país onde a estabilidade política e social se transformou praticamente num mito.
João Bernardo Vieira nasceu a 27 de Abril de 1939 e foi um dos guerrilheiros mais temidos do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), durante a guerra colonial. Entre os seus companheiros de armas tinha a aura de ser impiedoso, imbatível, e de conseguir afastar as balas através de poderes mágicos. Electricista de formação, Nino tornou-se rapidamente uma das figuras mais prestigiadas do PAICG, organização criada em 1960 por Luís Cabral, tendo rapidamente subido na hierarquia do movimento.
Na primeira vez que promoveu eleições presidenciais na Guiné-Bissau, em 1994, Mino Veira foi o mais votado, mas venceu por escassa margem Kumba Ialá, do PRS (Partido da Renovação Social).
A partir dessa data as acusações de corrupção e favorecimento em torno da sua liderança aumentaram de tom e em 1999, depois de um golpe de Estado liderado pelo brigadeiro Ansumane Mané, Nino Vieira foi obrigado a partir para o exílio. A escolha óbvia foi Portugal e o Chefe de Estado guineense chegou a ficar alojado na casa de Valentim Loureiro. O ex-presidente do Boavista e actual líder da Câmara de Gondomar era amigo de longa data de Nino e chegou a ser cônsul da Guiné-Bissau no Porto.
O cargo de Presidente da Guiné foi então ocupada por Kumba Ialá, mas este acabou por ser também derrubado por militares. Em 2005 Nino Vieira voltou à Guiné e candidata-se à presidência da República, tenho ganho o sufrágio à segunda volta com 52,35% dos votos.
Apesar dos actos eleitorais, a partir de 1999 a situação na Guiné-Bissau foi-se deteriorando progressivamente, as purgas políticas tornaram-se frequentes e os investidores estrangeiros foram abandonando o país, descrentes no seu futuro. Nos últimos tempos, a Guiné-Bissau foi sendo referenciada como um narco-Estado, dominado pelos barões da droga, com a conivência do poder.
O assassinato de Nino Vieira é mais um triste voltar de página na história de um país onde a estabilidade política e social se transformou praticamente num mito.