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O problema dos diamantes é que estão cada vez mais baratos

Com os preços mais baixos e o excesso de oferta, o comércio global de diamantes está em crise.

Bloomberg
16 de Novembro de 2019 às 17:00
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Há cinco anos, a maior preocupação do setor de diamantes era o facto de ser esquecido pelos millennials que, segundo a teoria, não davam a mesma importância às joias brilhantes como os seus pais.

 

A preocupação, na verdade, era em grande parte infundada, mas a realidade é quase pior. A rocura por joias com diamantes nunca foi tão elevada nos Estados Unidos, mas a maioria dos diamantes polidos está cada vez mais barata. Com os preços mais baixos e o excesso de oferta, o comércio global de diamantes está em crise.

 

No centro do problema estão os intermediários que cortam, polem e comercializam os diamantes. Os lucros evaporaram com a desvalorização das pedras polidas, os bancos restringiram o financiamento e a De Beers, maior produtora, continua firme nos preços que exige pelos seus diamantes brutos.

 

Este ano, a crise espalhou-se e atingiu também mineradoras de diamantes globais. Até a De Beers, que determina os preços para o seu seleto grupo de clientes, tem sido pressionada já que clientes em dificuldades recusam-se a comprar. Na semana passada, a icónica mineradora finalmente cedeu, baixando os preços em geral, o que ajudou a aumentar as vendas na sua mais recente oferta no Botsuana.

 

Ainda assim, os resultados foram relativamente fracos. As vendas de 390 milhões de dólares em diamantes brutos este mês são as mais baixas para uma rodada de novembro desde pelo menos 2016. É improvável que o desconto seja suficiente para fazer diferença entre clientes da De Beers, que não conseguem obter lucro há mais de 18 meses.

 

Nem todos os diamantes estão mais baratos. As vendas no segmento de luxo, joias vendidas pela Tiffany & Co., Cartier ou Bulgari seguem fortes e conquistam uma participação de mercado no setor de 80 mil milhões de dólares. No entanto, este segmento ainda responde por apenas cerca de 30% do total global.

 

No resto do mercado, os diamantes são tratados mais como commodities, avaliadas segundo critérios de cor, claridade, corte e peso em quilates. Sem a marca, há pouca diferença entre um anel ou pedra - além do preço -, e os consumidores podem pesquisar preços em lojas on-line como a Blue Nile.

 

"Existem muitas empresas no mercado, e elas competem entre si", salientou Anish Aggarwal, sócio da consultoria especializada em diamantes Gemdax. "Isto proporciona aos retalhistas um enorme poder de compra, que pode ser usado para manter os preços dos polidos mais baixos."

 

(Texto original: The Problem With Diamonds Is They Keep Getting Cheaper)

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