Notícia
O modelo centralista limita a capacidade de inovação
Para Alexandre Lourenço, enquanto se continuar com um sistema demasiado centralizado é difícil que os prestadores se reorganizem em função das necessidades dos doentes.
13 de Dezembro de 2017 às 11:16
"Hoje vivemos num modelo hegemónico e centralista que não permite a evolução do sistema de saúde. Estamos a limitar a capacidade de inovação", começou por sublinhar Alexandre Lourenço, presidente da APAH (Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares).
Adiantou que "temos vários constrangimentos que evitam que esta mudança possa ocorrer, pois em muitos casos esta mudança está a ser limitada. Para fazer a transformação precisamos de saltos qualitativos na organização do sistema, mas enquanto continuarmos com um sistema que é demasiado centralizado, que mantém a sua centralidade gestionária no Ministério da Finanças, é difícil que os prestadores se reorganizem em função das necessidades dos doentes."
Para Alexandre Lourenço, administrador do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, "era necessário tirar todas estas barreiras ao sistema de saúde que impedem as mudanças para permitir que evoluísse". Esta evolução passa não só por ter bons profissionais na gestão dos hospitais e das organizações, mas por mais autonomia de gestão com a respectiva responsabilização dos gestores.
O papel da inovação
Um dos vectores fundamentais para um sistema de saúde com futuro é a inovação e esta, em termos organizacionais, costuma iniciar-se por sistemas-piloto que depois crescem e conquistam a aceitação generalizada do sistema. "A primeira coisa em que temos de acreditar é que não temos todas as respostas e temos de deixar que novos agentes entrem no mercado para promover essa mudança. E isso consegue-se com liberdade, dando autonomia às organizações", salientou Alexandre Lourenço.
Rafael Bengoa, co-director do Institute for Health & Strategy, referiu que em Inglaterra, apesar da centralização, se fazem experiências para inovar. No sistema de saúde, estão a fazer 50 experimentações com um, dois ou três milhões de pessoas no que se chamam Vanguards, que permitem às áreas locais identificar o seu modelo em termos de resultados para saúde e eficiência. "O controlo central é uma ilusão, controla-se as finanças, mas não o valor", conclui Rafael Bengoa.
Não há balas de prata
"Temos um serviço de saúde recente e que foi feito para responder a um determinado tipo de necessidades. Hoje temos outras necessidades, mas não há balas de prata para resolver todos os problemas", destacou Alexandre Lourenço. Considerou ainda que a "mudança não vai ser igual em todo o sistema, por isso temos de permitir que os prestadores encontrem as alternativas ponto a ponto" e "não tem de ser rápida".
Os profissionais de saúde têm de se organizar com os gestores e a populaçõe para encontrar novas soluções. Não vai ser um processo fácil e linear pois "existem demasiadas forças de resistência, temos um quinto da actividade que não acrescenta valor". Mas Alexandre Lourenço está convicto de que depois "de encontrar novas soluções desmonta-se o modelo tal como existe hoje, que está demasiado cristalizado em volta dos hospitais e passa-se a desenvolver o sistema mais focado na população".
Adiantou que "temos vários constrangimentos que evitam que esta mudança possa ocorrer, pois em muitos casos esta mudança está a ser limitada. Para fazer a transformação precisamos de saltos qualitativos na organização do sistema, mas enquanto continuarmos com um sistema que é demasiado centralizado, que mantém a sua centralidade gestionária no Ministério da Finanças, é difícil que os prestadores se reorganizem em função das necessidades dos doentes."
O papel da inovação
Um dos vectores fundamentais para um sistema de saúde com futuro é a inovação e esta, em termos organizacionais, costuma iniciar-se por sistemas-piloto que depois crescem e conquistam a aceitação generalizada do sistema. "A primeira coisa em que temos de acreditar é que não temos todas as respostas e temos de deixar que novos agentes entrem no mercado para promover essa mudança. E isso consegue-se com liberdade, dando autonomia às organizações", salientou Alexandre Lourenço.
Rafael Bengoa, co-director do Institute for Health & Strategy, referiu que em Inglaterra, apesar da centralização, se fazem experiências para inovar. No sistema de saúde, estão a fazer 50 experimentações com um, dois ou três milhões de pessoas no que se chamam Vanguards, que permitem às áreas locais identificar o seu modelo em termos de resultados para saúde e eficiência. "O controlo central é uma ilusão, controla-se as finanças, mas não o valor", conclui Rafael Bengoa.
Não há balas de prata
"Temos um serviço de saúde recente e que foi feito para responder a um determinado tipo de necessidades. Hoje temos outras necessidades, mas não há balas de prata para resolver todos os problemas", destacou Alexandre Lourenço. Considerou ainda que a "mudança não vai ser igual em todo o sistema, por isso temos de permitir que os prestadores encontrem as alternativas ponto a ponto" e "não tem de ser rápida".
Os profissionais de saúde têm de se organizar com os gestores e a populaçõe para encontrar novas soluções. Não vai ser um processo fácil e linear pois "existem demasiadas forças de resistência, temos um quinto da actividade que não acrescenta valor". Mas Alexandre Lourenço está convicto de que depois "de encontrar novas soluções desmonta-se o modelo tal como existe hoje, que está demasiado cristalizado em volta dos hospitais e passa-se a desenvolver o sistema mais focado na população".