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Passagem de trabalhadores ao desemprego dispara 51% no final de 2022

Transições para a inatividade também aceleraram na reta final do ano, marcada por uma deterioração das condições no mercado de trabalho.

No segundo ano da pandemia (2021), o mercado de trabalho conseguiu absorver uma maior fatia de inativos e de desempregados.
João Cortesão
15 de Fevereiro de 2023 às 11:33
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A passagem de trabalhadores para o desemprego e para a inatividade acelerou no último trimestre de 2022, mostram nesta quarta-feira as estatísticas de fluxos entre estados no mercado de trabalho publicadas pelo INE.

 

Nos últimos três meses do ano passado, houve 83,4 mil trabalhadores com emprego que passaram à situação de desempregados. A subida foi de 51,2% face ao trimestre anterior, e também de 32,9% relativamente a um ano antes.

 

Ao certo, indica o INE, houve 1,7% da população empregada a transitar para o desemprego, valor que compara com 1,1% no terceiro trimestre e 1,3% no trimestre igual de 2021.

As passagens do emprego para a inatividade também aceleraram. Nos últimos três meses do ano, 141,1 mil indivíduos com emprego passaram diretamente à inatividade, ou seja, sem ficarem classificados oficialmente como estando no desemprego. A subida foi de 22,7% em termos trimestrais, e de 7,5% face a um ano antes.

 

Foi esta a realidade para 2,9% dos empregados, comparando com 2,3% no trimestre anterior e 2,7% um ano antes.

 

Os dados do INE, complementares aos indicadores de emprego e desemprego para o mesmo período divulgados na semana passada, analisam as transições dentro do mercado de trabalho, permitindo conhecer com detalhe os dados de perdas de emprego e também a capacidade de o mercado de trabalho converter desempregados e inativos para a atividade.

 

Num trimestre em que a taxa de desemprego se agravou para 6,5% e o emprego recuou 0,5% em termos trimestrais, a informação sobre os fluxos publicada aponta também para um abrandamento das passagens do desemprego ao emprego e recuo nas transições da inatividade diretamente para o emprego.

O número de desempregados que conseguiram emprego passou aos 80 mil, subindo apenas 2,4% face ao terceiro trimestre (subia 19,6% no terceiro trimestre) e caindo por comparação com o final de 2021. A diminuição é de 7,5% face a um ano antes.

 

Ainda assim, obtiveram emprego 26,2% dos desempregados, proporção que melhora uma décima face ao trimestre anterior. Cai no entanto em nove décimas face ao último trimestre de 2021.

Já os inativos que obtiveram emprego foram 118,3 mil, menos do que no trimestre anterior. A descida foi de 0,9%. Face a um ano antes, porém, o número representa uma melhoria de 9,1%.

 

A percentagem de inativos que passaram ao emprego foi de 3,4%, igual à do trimestre anterior e melhorando em três décimas face a um anos antes.

No trimestre final de 2022, passaram ainda do desemprego para a inatividade 64,5 mil pessoas, mais 7,9% que no trimestre anterior e mais 0,8% que um ano antes. Foi o caso de 21,1% dos desempregados.

 

Em sentido inverso, passaram à condição de desempregado 98 mil inativos, mais 9,2% que no trimestre anterior (menos 1,7% que um ano antes). Foi o que sucedeu a 2,8% dos indivíduos classificados com estando na inatividade.

Entre quem manteve a mesma situação profissional ao longo do último trimestre, estão 52,7% dos desempregados (161,3 mil) e 93,8% dos inativos (mais de 3,2 milhões).

 

Sem mudanças na situação de emprego estiveram 4,7 milhões de pessoas, ou 95,4% dos empregados, cujo universo recuou 0,6% face ao trimestre anterior. Ainda assim, mantiveram-se no emprego mais 0,4% que um ano antes.

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