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Número de médicos de família que passam este ano à aposentação pode ser o maior de sempre
Há 1.089 médicos de família que este ano podem passar à aposentação, numa altura em que faltam nos centros de saúde 780 clínicos para dar resposta aos mais de um milhão de utentes sem médico de família.
Este ano o número de médicos de família que vão passar à aposentação poderá ser o maior de sempre, fazendo disparar o número de utentes sem médico de família.
De acordo com o Público – com base nos cálculos do coordenador do grupo para a reforma dos cuidados de saúde primários, João Rodrigues – há 1.089 médicos de família que estão em condições de sair dos centros de saúde. Este número resulta da soma dos médicos que em 2022 vão atingir, ou já atingiram a idade legal de reforma, aos 93 aposentados que regressaram transitoriamente ao SNS e acabam os contratos temporários este ano.
Numa altura em que faltam 780 médicos para dar cobertura a mais de um milhão de utentes sem médico de família, "se todos decidirem sair, será uma desgraça completa", avisa ao Público o coordenador do grupo para a reforma dos cuidados de saúde primários, João Rodrigues.
Em 2023, prevê ao Público o coordenador, o problema vai manter-se, ainda que menos grave: 419 profissionais poderão aposentar-se e, em 2024, serão 297. Só a partir de 2025, adianta João Rodrigues, passam a ser poucos os médicos de família que estão em condições de se aposentar.
João Rodrigues diz ainda que os cerca de 500 jovens médicos que a cada ano acabam o internato, não são suficientes para compensar as saídas previstas. Até porque, sublinha, uma parte destes opta por não ficar no SNS.