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Nova geração de super-ricos dos EUA é surpreendentemente jovem

Os ricos estão a ficar mais ricos e mais jovens.

Bloomberg
26 de Janeiro de 2019 às 18:00
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Um estudo com investidores dos EUA com 25 milhões de dólares ou mais descobriu que a idade média destes investidores diminuiu 11 anos desde 2014, para 47. Estes americanos incrivelmente ricos, cujo número mais do que duplicou desde as profundezas da Grande Recessão, são mais jovens do que milionários menos ricos. A idade média dos que têm pelo menos um mero milhão de dólares é de 62, um número que não muda há anos.

 

Esta conclusão sugere que uma "vasta transferência geracional de riqueza" está "apenas a começar", disse George Walper Jr., presidente da Spectrem Group, que realizou o estudo. O tamanho da amostra foi pequeno - 185 americanos com mais de 25 milhões de dólares em património líquido -, mas os resultados condizem com outras pesquisas económicas sobre o 0,1% mais rico.

 

Aqueles com mais de 65 anos detêm mais de um terço da riqueza dos EUA, um número que não subiu tão rapidamente quanto a parcela de americanos idosos na população, segundo os economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, da Universidade da Califórnia em Berkeley, num artigo de 2016. Na verdade, o grupo de americanos mais ricos "está realmente a ficar mais jovem".

 

De onde vem este dinheiro novo? Uma nova geração de milionários e bilionários provavelmente deve tanto às heranças quanto às fortunas feitas por si mesmos. "Pode haver mais Mark Zuckerbergs no topo da distribuição de riqueza do que na década de 1960, mas também há mais Paris Hiltons", escreveram Saez e Zucman.

 

Cerca de 172.000 famílias dos EUA têm património líquido de pelo menos 25 milhões de dólares, estimou a Spectrem no ano passado. O número é um aumento em relação a 84.000 em 2008.

 

Cerca de nove em cada dez investidores com menos de 38 anos atribuíram o seu sucesso à "herança" e a "conexões familiares" no estudo da Spectrem. Mas a mesma proporção também disse que "trabalhar duro" e "administrar o meu próprio negócio" desempenharam um papel importante. Cerca de 70%  dos investidores mais ricos disseram que ainda estão a trabalhar.

 

Mesmo com mais jovens a entrar no grupo do 0,1% mais rico, a maioria dos seus compatriotas da geração do milénio e da geração X estava com dificuldades. Os americanos com 75 ou mais anos são o único grupo etário cuja mediana de património líquido subiu de 2007 a 2016, de acordo com o estudo sobre Finanças do Consumidor, publicado pela Reserva Federal em julho de 2018. A riqueza do americano comum com entre 35 e 54 anos - muito concentrada na habitação - caiu mais de 41% neste período de tempo.

 

Enquanto isto, os americanos mais ricos estão a usar técnicas complexas de planeamento patrimonial para transferir riqueza para os seus filhos, netos e demais herdeiros. 91% dos investidores com 25 milhões de dólares ou mais mantêm ativos num fundo, segundo a Spectrem, e metade tem três ou mais fundos estabelecidos.

 

A caridade está a receber menos atenção. Embora quase 200 das pessoas mais ricas do mundo tenham assinado o Giving Pledge - um compromisso de doar pelo menos metade da sua riqueza -, o estudo da Spectrem sugere que a típica pessoa rica é muito menos generosa, pelo menos até agora. Dos entrevistados com pelo menos 25 milhões de dólares, apenas 15% doam 100.000 dólares ou mais por ano.

 

(Texto original: Super Rich Americans Are Getting Younger and Multiplying)

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