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“Não digo basta porque não me cabe dizê-lo”
Acho que é já é altura de as regiões autónomas reconhecerem que é preciso também participar no esforço de controle financeiro e partilhar os custos da contenção financeira", foi o comentário de Miguel Cadilhe à polémica a propósito da lei das Finanças Reg
"Acho que é já é altura de as regiões autónomas reconhecerem que é preciso também participar no esforço de controlo financeiro e partilhar os custos da contenção financeira", foi o comentário de Miguel Cadilhe à polémica a propósito da lei das Finanças Regionais.
Falando na apresentação à imprensa do seminário "Economia e finanças da Descentralização", que vai ser levado a cabo pelo centro do Porto da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, o ex-ministro das Finanças comentou ainda:"A Região Autónoma da Madeira é um excelente exemplo de como se conseguiu fazer desenvolvimento com despesa pública e endividamento público. Acho que o país como um todo precisa de desenvolvimento. Há que partilhar os proveitos do desenvolvimento, redistribuir solidariamente e equilibradamente os custos e os esforços do país para esse desenvolvimento".
Instado a dizer se também diria "basta" a Alberto João Jardim, considerou: "Não digo basta porque não me cabe dizê-lo". Mas acabou por conceder: "Eu disse várias vezes "basta!". Às tantas, vezes de mais".
Quanto à polémica a propósito da Lei das Finanças Locais apoiou: "Se o novo regime das Finanças Locais trouxer mais controle financeiro e mais controle da legalidade eu saudarei o novo regime" .
Do seu ponto de vista, é central o reforço dos controlos financeiro e da legalidade "a todos os níveis, não é só ao nível descentralizado como os municípios, mas também e sobretudo ao nível central".
Inquirido sobre a proposta de Orçamento de Estado para 2007, Miguel Cadilhe escusou-se a pronunciar-se porque "ninguém a conhece a não ser o ministro das Finanças e os seus colegas do Governo e eu não gosto de falar daquilo que não conheço".
Mas, a propósito da divulgação pública de que a ciência é a única área não abrangida por cortes declarou: "É preciso fazer cortes na despesa corrente. É esse o nosso grande mal, que atinge em cheio a nossa economia e fere a nossa competitividade. É isso que nos tem feito arrastar com um crescimento decepcionante nos últimos anos. Temos estado a perder terreno sempre para a União Europeia e admito que uma das principais causas, senão a causa predominante, é o peso do estado em Portugal ou seja o peso das despesas correntes".