A agência Moody’s colocou sob vigilância negativa a Energias de Portugal (EDP), bem como a sua subsidiária financeira, EDP Finance, e a sua subsidiária espanhola, Hidroelectrica del Cantabrico (HC Energia, na qual detém 96,9%).

A Moody’s pode assim cortar o “rating” da empresa liderada por António Mexia, bem como das duas subsidiárias referidas.

Este anúncio é feito um dia depois de a agência ter reduzido a notação da dívida soberana de Portugal, de ‘A3’ para ‘Baa1’, devido ao panorama político incerto na sequência da demissão do governo de Sócrates depois da rejeição do PEC IV, devido aos desafios de financiamento de curto e médio prazo e também devido às implicações da revisão das estimativas do défice orçamental.

“A revisão dos ‘ratings’ da EDP e das suas subsidiárias, tendo em vista um possível ‘downgrade’, reflecte o possível corte adicional do ‘rating’ da dívida soberana de Portugal”, adverte a Moody’s.

O actual “rating” da EDP fixado pela Moody’s é de ‘Baa1’, “o que reflecte o seu modelo de negócio resiliente”. Mas, avisa a agência, se o ambiente regulatório ou operacional a nível doméstico se tornar mais problemático, devido a pressões a nível macroeconómico, ou se a esperada melhoria do perfil financeiro até 2012 não se concretizar, “isso poderá contribuir para exercer pressões negativas sobre o ‘rating’”.

“Atendendo à actual revisão, tendo em conta um possível corte da classificação da dívida soberana e da EDP, não se percepcionam de momento quaisquer efeitos que possam levar a uma subida dos ‘ratings’”, sublinha a agência.