Os ministros do Ambiente dos 27 concordaram hoje em Bruxelas reduzir em 20% as emissões de gases com efeito de estufa da União Europeia até 2020. Os Estados membros comprometem-se mesmo em ir mais longe na luta contra as alterações climáticas, reduzindo até 30% as emissões da UE, se outros países industrializados aceitarem metas idênticas.

Na reunião, que serviu para preparar a cimeira de Março dedicada à energia e às alterações climáticas, foi reiterada a intenção já assumida pelos titulares da pasta da energia de fixar em 20% a parte das energias renováveis no consumo total da União Europeia. Mas o carácter obrigatório ou não deste objectivo deverá ainda ser decidido pelos líderes europeus.

Portugal é favorável a estas medidas. "Dando estes passos e colocando-se na linha da frente relativamente a estas metas, Portugal constrói aquilo que é a economia do século XXI e não uma economia intensiva em carbono, tipicamente de meados do século XX", disse o ministro do Ambiente, Nunes Correia.

A decisão dos ministros do ambiente de reduzir as emissões de CO2 deverá ainda receber "luz verde" dos líderes europeus. Agora inicia-se o processo de negociações sobre os critérios de repartição da redução das emissões e quanto cabe a cada Estado-membro esse esforço.

Com estas metas traçadas em termos de redução da emissão de gases, a União Europeia prepara-se para as negociações de um novo acordo internacional pós-Quioto, para o período depois de 2012. Bruxelas pretende começar a negociar rapidamente com a comunidade internacional, mas os europeus devem ainda convencer os Estados Unidos, China e Índia para que estes países entrem nas negociações para um acordo, que poderão ter início em Dezembro, na conferência da ONU sobre o clima.