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Mil casas em risco na costa portuguesa

Existem em Portugal Continental pelo menos 1000 habitações em risco grave, ao longo dos cerca de 950 quilómetros da costa litoral, de norte a sul do país.

16 de Março de 2007 às 17:55
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Existem em Portugal Continental pelo menos 1000 habitações em risco grave, ao longo dos cerca de 950 quilómetros da costa litoral, de norte a sul do país.

O número foi apurado pelo jornal "Água & Ambiente" com base nos problemas identificados nas zonas de risco grave assinalados na costa portuguesa no âmbito do Programa Finisterra, elaborado pelo Ministério do Ambiente em 2003, que identifica 12 pontos críticos em alerta vermelho. Em causa estão os concelhos de Esposende, Ovar, Sintra, Almada, Lagos e Vila do Bispo

Entre 2000 e 2006 Portugal gastou 45 milhões de euros para conter o avanço do mar no litoral português, apurou o jornal "Água&Ambiente". Reforço de arribas e cordões dunares e reparação de esporões são as situações mais comuns em que o Instituto da Água (Inag) teve de actuar. Espinho, Esmoriz, Óbidos, e litoral algarvio, como Albufeira e Quarteira, estão entre os troços da costa que obrigaram a maiores intervenções.

Só na última intervenção na Costa da Caparica, onde actualmente decorrem trabalhos de reforço do cordão dunar, foram gastos oito milhões de euros para reparar os esporões de defesa costeira mas a intervenção está a revelar-se insuficiente para conter as marés. Já em 2003 as mesmas praias da Caparica tinham sido alvo de intervenções de emergência.

"Algumas das obras realizadas na costa portuguesa implicaram avultados investimentos, como é o caso da Ponta da Aguda, da Lagoa de Óbidos e da construção de esporões na zona Centro», explica João Costa, director de Projectos e Obras do Inag, adiantando que mais de uma centena de obras de defesa costeira já foi realizada desde 1995.

Por outro lado, o reordenamento previsto nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), que inclui a demolição de habitações junto à costa, também prevê a maior fatia do investimento para intervenções que evitem prejudicar as populações. Até agora, a maior parte das verbas já executadas nos POOC destinou-se a intervenções de emergência em zonas de risco.

Estabilizar as arribas nas zonas de maior risco é precisamente a intervenção mais urgente em 2007, estabelecida pelo Ministério do Ambiente aquando do lançamento da Estratégia para o Litoral, a implementar entre 2007 e 2013.

Para o próximo ano estão garantidos 35,5 milhões de euros para intervenções de emergência e requalificação.

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