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Medicamentos genéricos brasileiros entram em Portugal
A indústria brasileira dos medicamentos genéricos está em crescendo à semelhança do que ser verifica na Europa, por isso as empresas Medley e EMS querem aproveitar o mercado português como uma porta de entrada para os restantes 24 países da União Europeia
A indústria brasileira dos medicamentos genéricos está em crescendo à semelhança do que ser verifica na Europa, por isso as empresas Medley e EMS querem aproveitar o mercado português como uma porta de entrada para os restantes 24 países da União Europeia.
Depois de ter sido conhecido que a EMS estaria a negociar a entrada em Portugal para a instalação de uma fábrica em Coimbra com um investimento de 300 milhões de euros, a brasileira Medley também reconhece vantagens em entrar no nosso mercado que movimenta 200 milhões de dólares (161 milhões de euros) por ano na venda destes medicamentos.
A partir de Portugal, a Medley e a EMS poderão atingir os 25 países da União Europeia que consomem 10 mil milhões de dólares (8,06 mil milhões de euros) anuais com esses medicamentos.
Para ter acesso a esses mercados, as empresas brasileiras têm de adaptar-se à legislação local que disciplina a produção e a venda de genéricos.
Isso inclui refazer as formulações, aprovar os produtos e licenciar as fábricas brasileiras nos organismos de controlo sanitário da União Europeia.
A Medley, líder do mercado brasileiro, com 25,5% de facturação do sector, já tem contratos assinados para exportar genéricos para a Venezuela, o México, a Argentina e o Chile. A empresa prepara-se para entrar no mercado europeu no próximo ano.Para isso, já possui um parceiro em Portugal que irá distribuir os seus produtos sob licença.
«O objectivo é entrar com medicamentos que ainda estão sob protecção de patentes, que têm mais mercado e preço melhor», disse ao jornal «Folha de São Paulo», Valdir Barbosa, director de «marketing» e desenvolvimento de negócios da empresa.
O impulso das fabricantes de genéricos para o exterior é resultado dos investimentos de mais de 200 milhões de reais (56 milhões de euros) feitos pelas indústrias locais nos últimos quatro anos, segundo Vera Valente, directora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos.
EMS espera nova fábrica em Portugal este mês
A EMS tal como o Jornal de Negócios tinha noticiado, está em negociações com a Associação Portuguesa para o Investimento (API) para a instalação de uma fábrica de genéricos em Coimbra.
Assim, a indústria brasileira abriu uma divisão em Portugal, a Germed, que começou a distribuir os seus produtos no mercado português no mês passado.Inicialmente, a empresa está a vender em Portugal, quatro medicamentos genéricos dos 120 itens do seu portfolio.
«Vamos fabricar uma parte dos produtos aqui e outra em Portugal, mediante terceirização da marca a um fabricante local, até que saia o licenciamento da nossa fábrica», referiu Carlos Sanchez, presidente da EMS. A autorização da nova fábrica deve estar pronta este mês.
Os próximos passos, segundo Sanchez, serão a entrada em Espanha, França, Itália, Áustria, Dinamarca e Grécia Estão previstos investimentos de cinco milhões de euros para entrar no mercado europeu.
Em Agosto, a indústria de genéricos no Brasil facturou 39,7 milhões de dólares (32 milhões de euros), valor 48% superior ao de igual período de 2003, segundo dados do IMS Health, que audita a indústria farmacêutica no país.
* Correspodente em São Paulo