Marques Mendes pode estar na origem do fim da "estabilidade" política na Câmara Municipal de Lisboa. A ideia é lançada por Pedro Portugal Gaspar que garante, ao Jornal de Negócios, que "Carmona Rodrigues" o informou, terça-feira,  que o seu nome tinha sido alvo de "veto partidário" para o conselho de administração da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) da Baixa-Chiado.

Recorde-se que o nome de Pedro Portugal Gaspar, homem próximo de Luís Filipe Menezes – actual face da oposição interna a Marques Mendes – foi substituído à última hora  por Nunes Barata, dado como próximo da actual liderança laranja. Uma situação que motivou o voto contra de Maria José Nogueira Pinto e a consequente ruptura da maioria PSD/CDS que governava a CML.

Convidado por Carmona Rodrigues no final de Setembro, Pedro Portugal Gaspar sublinha que no dia 2 de Novembro recebeu um telefonema de Carmona Rodrigues a dar conta das "resistências de Marques Mendes" à sua designação para a SRU. Uma situação que, segundo o próprio, voltou a repetir-se no dia 6, depois do presidente da CML ter comunicado a alguns deputados municipais - entre eles Henrique Freitas – que Marques Mendes tinha-lhe pedido para retirar o nome de Pedro Portugal Gaspar da proposta.

Fontes próximas de Maria José Nogueira Pinto garantem que o "veto" da vereadora popular não tem a ver com questões pessoais, mas com uma quebra de lealdade por parte de Carmona Rodrigues que não a informou das alterações. A mesma fonte garante que Maria José Nogueira Pinto não tem qualquer relação de proximidade com Pedro Portugal Gaspar. O antigo director-geral de recursos humanos da Saúde confirma que os "únicos dois contactos" que teve com a vereadora popular foram "de âmbito estritamente profissional" quando Maria José Nogueira Pinto ainda era Provedora da Santa Casa da Misericórdia.

O Jornal de Negócios tentou obter uma reacção de Marques Mendes, mas o líder laranja está em trânsito rumo ao Brasil.