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Marcelo defende que é "urgente regularizar milhares de pessoas"
O Presidente da República respondeu às críticas sobre a promulgação das medidas migratórias, dizendo que há muitas pessoas que aguardam há anos para ver a sua situação regularizada.
Marcelo Rebelo de Sousa viu urgência em "parar a declaração de interesse da pessoa que ainda sem ter garantia nenhuma, sem saber para onde vai, não tem contrato de trabalho, nem sabe o que vai fazer, avança sobre o território português", aponta.
Assegura, no entanto, que os direitos de todos os imigrantes que recorreram à manifestação de interesse, até hoje, "estão garantidos e têm que ser regularizados".
O mais alto dirigente da nação explicou que os consulados estão a enfrentar uma grande pressão e "neste momento não têm condições suficientes para funcionar", pondo a batata quente do lado do Governo. "Ou reforma os consulados, ou lhes dá meios adicionais, ou coloca estruturas ligadas ao emprego", exemplificou.
Reconhece, contudo, que vão surgir outros problemas, como a entrada de futuros imigrantes no país, mas desvaloriza dizendo que "isso fará parte de outra lei", refere.
O Presidente da República promulgou ontem o pacto das migrações, que pôs fim ao regime excecional que permitia aos imigrantes entrar em Portugal antes de pedir a autorização de residência através de uma manifestação de interesse. Além disso, também anunciou que vai criar uma estrutura para regularizar processos pendentes.
O pacto foi criticado por várias vozes da oposição. Entre elas, está a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, Catarina Martins: "quando o Governo diz 'nós vamos deixar de tratar em Portugal o que vai ser tratado pelas nossas embaixadas e consulados que não têm meios', o que está a dizer é que vai piorar o problema", referiu ao sublinhar que "é uma absoluta irresponsabilidade que o Presidente da República vá, num instante, promulgar o que sabe que não pode funcionar", criticou numa ação de campanha.
Já o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, avisou que o fim dos processos por manifestação de interesse podem levar a "uma situação de vazio". "Podemos estar a criar um problema para o futuro com trabalhadores estrangeiros em Portugal a trabalhar, a descontar, mas sem possibilidade de se regularizar. Isso sim é deixar trabalhadores numa situação desumana e sem saída", explicou.
Notícia atualizada às 14:09