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Marcelo alerta que "não há sucessos eternos nem reveses definitivos"

Presidente da República faz discurso de unidade nacional e pede aos políticos que garantam que a crise económica não regressa mais.

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O Presidente da República fez esta quinta-feira, 5 de Outubro, um apelo à unidade nacional, pedindo "humildade cívica" e alertando que "não há sucessos eternos nem reveses definitivos".

Assinalando que Portugal é hoje uma democracia política, onde é necessário ter "protagonistas capazes de apontar para o médio e o longo prazo, ultrapassando o mero apelo dos sucessivos actos eleitorais", o Presidente avisou que é "certo que não há sucessos eternos nem reveses definitivos".


Falando na cerimónia que assinala as comemorações da Implantação da República, o chefe de Estado defendeu que este é o momento para avaliar o que correu bem e o que correu mal, de forma a continuar o que se fez de melhor e a corrigir onde se esteve pior.

"Ano após ano, a celebração do 5 de Outubro, que o mesmo é dizer da República Democrática, deve servir para fazermos um balanço do passado e assumirmos um compromisso com futuro". 


"Acredito que somos capazes deste exercício de humildade cívica", disse Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo a necessidade de ter a "grandeza" de fazer "convergências", mantendo as divergências que existem. 

O desafio lançado pelo Presidente da República foi dirigido à classe política: "Tudo façamos para que as portuguesas e os portugueses saibam que as suas vidas e bens estarão mais seguros, que a sua inocência ou culpabilidade não será um novelo interminável, que a crise financeira e económica não regressa mais, que a educação – hoje bem presente neste dia especial para os professores - como a saúde e a segurança social não cavam fossos inaceitáveis."

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu ainda na necessidade de existirem convergências possíveis. "Que os cidadãos dispõem de vários caminhos de escolha - sabendo que a existência de alternativa quanto à governação é sempre preferível às ambiguidades diluidoras, e que só reforçam os radicalismos anti-sistémicos –, mas que os seus responsáveis políticos e sociais têm a grandeza de alma para fazer convergências no verdadeiramente essencial mantendo as frontais e salutares divergências naquilo que o não é."


Autárquicas, Pedrógão e Tancos 

No início do seu discurso, o Presidente da República referiu-se que ao resultado das eleições autárquicas que aconteceram no passado domingo, afirmando que a redução do nível de abstenção revela que "os portugueses entenderam a importância do seu envolvimento cívico, bem como a urgência de começar a inverter um sintoma de aparente desinteresse pela coisa pública".

O Presidente deixou ainda recados que assentam como uma luva nos casos de Pedrógão e Tancos. "Uma segurança interna que seja encarada como penhor de tranquilidade e previsibilidade por parte dos cidadãos no 

exercício dos seus direitos, sempre e, em particular, em momentos mais críticos" foi umas das perspectivas apresentadas por Marcelo para como uma democracia deve ser confirmada pela "realidade dos factos". 

Uma palavra também para as Forças Armadas - que nos últimos tempos têm estado sob pressão depois do caso do roubo de material militar em Tancos. "
Forças Armadas que continuem a merecer o unânime reconhecimento nas suas missões internacionais e, em simultâneo, sejam sentidas como nossas, cá dentro, isto é, como elemento essencial que são da nossa identidade desde que Portugal é Portugal. Unidas, cientes dos seus pergaminhos e do valor das condições indispensáveis ao cumprimento do seu desígnio colectivo".


(Notícia actualizada às 12:15)
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