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Marcelo admite que pico do surto "pode ser um pouco depois de 14 de abril"

Após uma reunião com os vários órgãos de soberania, partidos e parceiros sociais, e que contou com diversas apresentações técnicas, o Presidente da República admitiu que a estratégia de combate à pandemia poderá fazer com que o pico do surto aconteça "um pouco depois de 14 de abril", a data avançada pela ministra da Saúde.

Marcelo Rebelo de Sousa falará hoje ao país para anunciar e justificar a declaração do estado de emergência no país.
António Cotrim/Lusa
24 de Março de 2020 às 13:50
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A estratégia nacional de resposta à pandemia do novo coronavírus, que visa conter a propagação do vírus de modo a que não se verifique uma sobrecarga do Sistema Nacional de Saúde, deverá fazer com que o pico do surto seja atingido possa "ser um pouco depois de 14 de abril", diz o Presidente da República. 

Em conferência de imprensa realizada no final de uma reunião que contou com os vários órgãos de soberania, partidos e parceiros sociais, além de diversas apresentações técnicas de epidemiologistas das principais entidades de saúde nacionais, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que o pico do surto estimado para 14 de abril por Marta Temido, ministra da Saúde, deverá acontecer "um pouco depois" dessa data.

O Presidente começou por salientar a participação de setores políticos "tão diferentes" nesta reunião, o que destacou como o "sinais mais positivo" do encontro, pois mostra que "estamos todos a remar no mesmo sentido".

Numa altura em que há 2.362 casos de infeção pelo coronavírus confirmados, Marcelo explicou que tem havido uma "preocupação que é visível nos números" e que passa por ter um "crescimento [de novos casos] menos exponencial do que se esperava".

"Isto significa que a pressão sobre o SNS é menor e que o pico pode deslocar-se", prosseguiu notando que embora não seja possível para quando e como o pico será alcançado, "pode ser um pouco depois de 14 de abril". O Presidente da República acrescentou que depois do pico há uma estabilização depois da qual se "começa a descer".

Também em declarações aos jornalistas no final do encontro, o presidente do PSD, Rui Rio, mostrou-se preocupado com a situação da economia - "Para a economia é que esta situação é muito complicada (...) Quanto melhor para a saúde, pior para a economia" -, anotando que aquilo que é melhor em termos de saúde é pior para a conjuntura económica. "Para a economia é melhor o pico muito alto", disse sublinhando que "para a saúde, se achatarmos como estamos a fazer, nunca haverá falta de resposta do SNS". 


Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que no final deste mês será realizada uma nova reunião nos moldes da que hoje decorreu no auditório do Infarmed, em Lisboa. O Presidente lembrou que o estado de emergência em vigor termina a 2 de abril, pelo que antes terá de ser tomada uma decisão sobre um eventual prolongamento por mais 15 dias, o que exigirá nova "ponderação conjunta" dos responsáveis políticos e dos especialistas no domínio da saúde".

Marcelo elencou ainda quatro conclusões da reunião que decorreu esta manhã: a ideia de que esta é uma "batalha de todos os portugueses" e de que "é preciso manter esta coesão"; a importância de se continuar a atribuir um "papel especial" aos especialistas, dos que estudam e analisam aos que atuam no terreno; a conclusão de que é preciso continuar a achatar a curva do surto, sendo que "os portugueses têm compreendido isso, têm aderido massivamente a esse apelo nacional de que é preciso manter a compressão na mola"; e ainda a "noção de que há razões para ter esperança", com o Presidente a realçar "esse contributo inestimável" dos portugueses que estão a trabalhar e a "fazer com que o país, a economia e a sociedade continuem vivas". 

(Notícia atualizada)

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