Notícia
Mais portugueses vão ter médico de família
Utentes que estejam há mais de três anos sem ir ao centro de saúde passam para uma lista de "inactivos" para dar lugar a outros utentes sem médico. A medida já arrancou em Lisboa e deve estender-se a todos os centros no Verão.
26 de Abril de 2012 às 00:01
Os utentes que estiverem há mais de três anos sem ir ao centro de saúde vão passar para uma lista de "inactivos" para dar lugar a outros utentes sem médico. O projecto-piloto, há muito pensado, já arrancou em alguns centros de saúde de Lisboa e deverá estender-se ao resto do país até ao Verão. É desta forma que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, pretende cumprir com a promessa de dar médico a todos os portugueses até ao final da legislatura.
A partir de Julho, os centros de saúde de todo o País vão começar a expurgar todos os utentes inscritos que estejam há mais de três anos sem ir ao centro de saúde. Esses utentes não-frequentadores passam para uma lista de "inactivos", mas sempre que necessitem de uma consulta são atendidos pelo seu médico. Esta medida permitirá que outros utentes, até aqui sem médico, ocupem os lugares de quem for afastado das listas.
A experiência-piloto já arrancou no agrupamento de centros de saúde de Lisboa Oriental (Olivais, Marvila, Penha de França, Graça e S. João) onde permitiu "limpar" mais de 51 mil utentes das listas desde Janeiro. Nesses centros de saúde, que tinham mais de 54 mil utentes sem médico, restam agora 2.749 utentes sem médico. Para a lista de inactivos passaram utentes que entretanto até podem já ter falecido, pessoas que mudaram de residência, duplas inscrições, ou pessoas que não utilizam estes serviços.
Ninguém sabe, nem nunca soube, quantos utentes não têm médico
Ao longo dos últimos anos foram avançados vários números para dar conta do universo de utentes sem médico de família: um milhão, 1,3 milhões, 1,5 milhões e, mais recentemente, 1,8 milhões. Mas afinal quantos são? Ninguém sabe, nem ninguém nunca soube. Nem o Governo.
Nunca foi tão claro como agora que é impossível sabê-lo pois as bases de dados do Serviço Nacional de Saúde são um dos maiores problemas por resolver. O próprio ministro já admitiu que a falta de informação do sistema foi o que mais o envergonhou. Até há pouco tempo, as bases de dados davam conta da existência de perto de 12 milhões de inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) quando Portugal tem 10,5 milhões de habitantes.
No âmbito do processo para tornar as listas "mais correctas", o ministro Paulo Macedo também já disse que estão a ser desenvolvidas outras experiências, como o cruzamento dessas listas com os resultados dos Censos de 2011.
Atribuir médico de família a todos os portugueses é uma promessa que os governantes repetem há anos, mas que nenhum conseguiu cumprir, até porque, diziam, a corrida às reformas boicotou o processo. Paulo Macedo não é excepção e já disse que isso vai acontecer "até ao final da legislatura". Para o conseguir, e além da limpeza das listas, o Governo vai continuar a apostar na criação de Unidades de Saúde Familiar (USF) – onde os médicos têm listas com mais utentes – e as listas de utentes dos médicos vão aumentar quer nas USF, quer nos tradicionais centros de saúde, dando cumprimento ao que ficou estipulado na primeira revisão do memorando da troika.
A partir de Julho, os centros de saúde de todo o País vão começar a expurgar todos os utentes inscritos que estejam há mais de três anos sem ir ao centro de saúde. Esses utentes não-frequentadores passam para uma lista de "inactivos", mas sempre que necessitem de uma consulta são atendidos pelo seu médico. Esta medida permitirá que outros utentes, até aqui sem médico, ocupem os lugares de quem for afastado das listas.
Ninguém sabe, nem nunca soube, quantos utentes não têm médico
Ao longo dos últimos anos foram avançados vários números para dar conta do universo de utentes sem médico de família: um milhão, 1,3 milhões, 1,5 milhões e, mais recentemente, 1,8 milhões. Mas afinal quantos são? Ninguém sabe, nem ninguém nunca soube. Nem o Governo.
Nunca foi tão claro como agora que é impossível sabê-lo pois as bases de dados do Serviço Nacional de Saúde são um dos maiores problemas por resolver. O próprio ministro já admitiu que a falta de informação do sistema foi o que mais o envergonhou. Até há pouco tempo, as bases de dados davam conta da existência de perto de 12 milhões de inscritos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) quando Portugal tem 10,5 milhões de habitantes.
No âmbito do processo para tornar as listas "mais correctas", o ministro Paulo Macedo também já disse que estão a ser desenvolvidas outras experiências, como o cruzamento dessas listas com os resultados dos Censos de 2011.
Atribuir médico de família a todos os portugueses é uma promessa que os governantes repetem há anos, mas que nenhum conseguiu cumprir, até porque, diziam, a corrida às reformas boicotou o processo. Paulo Macedo não é excepção e já disse que isso vai acontecer "até ao final da legislatura". Para o conseguir, e além da limpeza das listas, o Governo vai continuar a apostar na criação de Unidades de Saúde Familiar (USF) – onde os médicos têm listas com mais utentes – e as listas de utentes dos médicos vão aumentar quer nas USF, quer nos tradicionais centros de saúde, dando cumprimento ao que ficou estipulado na primeira revisão do memorando da troika.