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Mais de 15 mil pessoas pedem em Salamanca comboio rápido com Portugal

O manifesto pede "a integração de Salamanca no Corredor Atlântico (ligação ferroviária do norte de Espanha) como um dos eixos principais, já que é o trajeto mais direto e rápido para a ligação de Portugal e Espanha com o resto a Europa e com os portos do Mediterrâneo através de Madrid".

O primeiro troço lançado a concurso terá uma extensão de 71 km.
João Cortesão
21 de Janeiro de 2024 às 16:18
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Pelo menos 15 mil pessoas, segundo a polícia, estiveram este domingo numa manifestação em Salamanca, Espanha, para pedir mais ligações ferroviárias para esta região do país, incluindo um comboio rápido com Portugal.

A manifestação foi uma das onze convocadas para várias cidades por uma plataforma de associações de regiões ocidentais de Espanha, na fronteira com a Beira Interior e o Alentejo, para reclamar ligações ferroviárias entre estas províncias do interior espanhol.

A manifestação de Salamanca (cidade que fica a 120 quilómetros da fronteira portuguesa de Vilar Formoso) teve reivindicações mais alargadas, com o manifesto de convocatória - que foi lido durante o protesto - a pedir mais comboios rápidos para Madrid e uma ligação ferroviária com Portugal, também em comboio rápido.

Em concreto, o manifesto pede "a integração de Salamanca no Corredor Atlântico (ligação ferroviária do norte de Espanha) como um dos eixos principais, já que é o trajeto mais direto e rápido para a ligação de Portugal e Espanha com o resto a Europa e com os portos do Mediterrâneo através de Madrid".

"Para isso, é fundamental culminar a eletrificação da via até Fuentes de Oñoro [localidade de fronteira com Vilar Formoso] e que um dos ramais do comboio rápido entre os dois países passe por Salamanca", acrescenta o texto.

A província de Salamanca, como outras das regiões de Castela e Leão, Extemadura e Andaluzia na fronteira com Portugal estão fora, atualmente, da rede de alta velocidade espanhola, que é a maior da Europa e a segunda maior do mundo (a seguir à da China).

Estas regiões reivindicam ligações ferroviárias entre si e também mais comboios rápidos (mesmo que não sejam de alta velocidade), como é o caso e Salamanca.

"É inadmissível que se mantenha o isolamento de Salamanca por comboio", num tratamento "desfavorável que mina as possibilidades de desenvolvimento da cidade e da província", lê-se no manifesto da manifestação de hoje.

A ligação ferroviária entre Portugal e Espanha através da fronteira de Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro (por onde passava o SudExpress, com destino à fronteira francesa de Hendaia) foi interrompida em março de 2020, por causa da pandemia, e nunca mais foi recuperada, por falta de interesse da operadora espanhola.

Em 2011 havia já sido suspenso o comboio Lusitânia, a única ligação direta de comboio entre Lisboa e Madrid, que se fazia pela fronteira Caia-Badajoz.

"É urgente, mais do que nunca, aumentar as frequências com Madrid, mas também culminar a ligação de comboio com Portugal", disse hoje, em declarações aos jornalistas durante a manifestação em Salamanca, o presidente do Governo regional de Castela e Leão, Alfonso Fernández Mañueco, que é do Partido Popular (PP, direita).

Na manifestação, cujas reivindicações se dirigiam ao Governo central, estiveram também dirigentes do Partido Socialista espanhol (PSOE), que lidera o executivo de Espanha.

O ministro dos Transportes, Óscar Puente, publicou um vídeo nas redes sociais em que garantiu respostas para breve para as reivindicações dos manifestantes, com reforço de comboios rápidos entre Salamanca e Madrid, mas sem referir a ligação a Portugal.
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