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Maioria absoluta é o melhor cenário para a bolsa

Impacto das eleições no mercado de capitais português não deverá ser muito acentuado

18 de Fevereiro de 2005 às 13:00
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O resultado eleitoral de domingo que maior estabilidade traz à bolsa seria a vitória, por maioria absoluta, do Partido Socialista (PS) ou a conquista de uma maioria pela actual coligação governamental PSD / PP, revelaram ao Jornal de Negócios diversos agentes do mercado.

A grande incerteza e, por isso mesmo, o pior cenário para a Euronext Lisbon seria que das urnas resultasse uma maioria relativa do PS. Isto porque se desconhecem, até ao momento, as parcerias que o líder José Sócrates poderá vir a estabelecer.

«O pior cenário para os mercados seria se o PS viesse a estabelecer uma parceria com o Bloco de Esquerda que é frontalmente anti-capitalista, é contra o capitalismo especulativo, que, no fundo, é como se caracteriza um mercado de capitais», referiu Francisco Garcia dos Santos, presidente da Associação Portuguesa de Corretores. Numa coligação à esquerda, a CDU seria, neste cenário, um mal menor, uma vez que se tem mostrado mais moderada do que o próprio BE.

Para Carlos Firme, administrador da Título, «há uma elevada probabilidade do mercado não gostar de uma maioria relativa». Mas a pior situação seria uma que não permitisse a governabilidade a qualquer dos partidos, na opinião deste especialista.

«Do ponto de vista dos mercados financeiros, o pior cenário será o de um governo minoritário, ainda que uma reacção mais desfavorável deva ser apenas pontual», refere Paula Carvalho, analista do BPI, num estudo sobre as eleições legislativas.

Euronext Lisbon mais imune à política.

O efeito que se poderá fazer sentir na praça portuguesa após o acto eleitoral, mesmo que se concretize a pior hipótese, será, na opinião Diogo Cunha do BIG, de muito curto prazo. «O mercado português está cada vez menos susceptível às especificidades do governo, não só devido à integração na Euronext, como também pelo facto do Pacto de Estabilidade e Crescimento, definido por Bruxelas, balizar a actuação do governo».

Carlos Firme partilha uma visão semelhante, ao afirmar que «as oscilações na bolsa não deverão ser muito significativas, uma vez que as grandes linhas orientadoras do país, como o défice orçamental, são definidas a nível internacional. E aos investidores internacionais, que dominam a bolsa nacional, o que interessa é a definição dessas grandes linhas».

Diogo Cunha reforça ainda que «nos últimos meses, temos vivido com instabilidade política no país e, apesar disso, o PSI-20 tem tido um bom desempenho, melhor ainda que os índices internacionais». O tempo da instabilidade política reflectida nas bolsas já passou, remata o mesmo responsável.

CARLOS FIRME
Administrador da Título

DIOGO CUNHA
Administrador do Banco de Investimento Global

FRANCISCO GARCIA DOS SANTOS
Presidente da APC

Os especialistas contactados pelo Jornal de Negócios são unânimes em afirmar que uma maioria relativa seria a solução mais penalizadora para a bolsa portuguesa. Mas, de quaquer forma, o impacto será de curto prazo.

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