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Maior sindicato dos polícias recusa reunir com Governo

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) esteve à porta, mas não chegou a entrar na reunião desta tarde com o ministro da Administração Interna, quando percebeu que se tratava de uma reunião colectiva.

Bruno Simão
21 de Janeiro de 2014 às 17:06
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A expectativa era elevada. Os polícias achavam que iam poder apresentar propostas e discutir soluções com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na reunião desta tarde. Mas nem todos o fizeram. O maior sindicato do sector, a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), nem chegou a entrar por perceber que a reunião seria conjunta com 10 sindicatos do sector.

 

“A convocatória não dizia que era uma reunião colectiva. E preparámo-nos para uma reunião individual, no sentido de ver se o Governo tinha alguma solução ou não. Eu pergunto, como é que possível numa reunião de duas horas reunir com 10 sindicatos? Como é possível fazer um debate sério?”, explicou ao Negócios Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, resumindo o motivo da sua desistência: “no fundo, e foi isto que nos chateou, percebemos que esta reunião é para cumprir calendário e para nós não faz sentido estarmos em reuniões dessas”.

 

Paulo Rodrigues frisou ainda outro motivo de descontentamento, que se prendeu com o facto de apenas o sindicato dos oficiais da polícia reunir mais tarde, à parte. “Não percebemos porquê esta discriminação”, rematou.

 

A reunião desta tarde no Ministério da Administração Interna tinha como pontos de ordem quer questões salariais, quer o aumento do desconto para o subsistema dos polícias (SAD) de 2,5% para 3,5%, que deverá ocorrer já no próximo mês de Março.

 

Polícias decidem na próxima semana eventuais formas de luta

“Esta forma de actuar do Governo é desvalorizar e não debater seriamente os problemas dos polícias e não querer encontrar soluções concretas. Perante isto não resta outra alternativa senão continuarmos a desenvolver acções de protesto”, salientou Paulo Rodrigues, frisando que continuarão “sempre disponíveis para o diálogo, desde que se concretize”.

 

No início da próxima semana, a comissão coordenadora das forças policiais vai reunir e caso o Governo não apresente propostas, pode-se definir acções de protesto como manifestações, por exemplo.

 

“Esperamos que o Governo dê respostas. Se pudermos encontrar soluções sem entrar no registo da conflitualidade e protesto óptimo, mas não podemos aceitar reuniões só por fazer”, rematou o sindicalista.

 

Entretanto a reunião com os outros sindicatos prossegue no Ministério da Administração Interna, devendo culminar às 17h30.

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