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Longevidade apoia convergência lenta com UE no bem-estar

Novo índice do Banco de Portugal explora novas dimensões de aproximação aos níveis de bem-estar económico da UE, que apontam para uma aproximação lenta. Esperança média de vida, sobretudo, dá maior contributo.

Bloomberg
Maria Caetano mariacaetano@negocios.pt 13 de Março de 2024 às 16:58

O aumento da esperança média de vida nas últimas décadas, e em menor medida a redução das desigualdades, permitem ver uma aproximação de Portugal à média da União Europeia em bem-estar da população nas últimas décadas, embora lenta.

 

A conclusão é de um novo estudo do Banco de Portugal, a publicar com o próximo Boletim Económico da instituição, que desenvolve com dados para o país um indicador alternativo à habitual medida do PIB por habitante, que não contabiliza dimensões como, por exemplo, saúde e lazer.

 

As dimensões ponderadas no estudo são o consumo por habitante, a esperança média de vida, o tempo disponível para o lazer e a desigualdade no consumo, resultando na construção de um índice compósito que mede diferenças face à evolução da média europeia, corrigido de diferenças de preços.

 

Os resultados mostram que, em 2022, este índice de bem-estar da população em Portugal atingia 87% da média europeia. Este valor compara com 79% da média europeia quando se tem em conta apenas o PIB per capita em paridades de poder de compra.

 

Neste índice – no qual a média da UE corresponde a 100% - Luxemburgo surge como o país com melhor resultado (171%), enquanto a Bulgária (40%) está na pior situação.

 

Portugal surge na 12.ª pior posição dos 27, mas com diferenças relativas maiores face a alguns países do centro e do leste da Europa, cujo PIB per capita nos últimos anos ultrapassa ou quase ultrapassa o português, como são o caso da Polónia (índice de bem-estar de 66%) e da Roménia (57%), respetivamente, por exemplo.

 

Na evolução dos últimos anos, porém, Portugal tem progredido mais lentamente que esses países, embora a maior ritmo que a média europeia.

 

Face a 1995, o índice de bem-estar nacional produzido pelo BdP avançou 2,7 pontos percentuais, enquanto o índice de bem-estar no conjunto da União Europeia cresceu apenas em 2,4 pontos percentuais.

 

Mas são visíveis os ganhos relativamente maiores obtidos pelos países anteriormente dados como exemplo. A Roménia avançou no mesmo período 5,7 pontos percentuais no seu índice de bem-estar, com o segundo maior progresso a nível europeu, enquanto a Polónia melhorou em 4,8 pontos percentuais.

 

No caso português, o avanço de 2,7 pontos percentuais em 27 anos compara com uma melhoria de apenas 1,3 pontos percentuais no PIB per capita em paridades de poder de compra (1,4 pontos da média da UE, significando que aqui não houve convergência, mas afastamento).

 

A decomposição destes avanços nas diferentes dimensões analisadas mostra que foi a subida da esperança média de vida a dar o maior contributo para o diferencial de 1,5 pontos percentuais entre as duas medidas que podem ser usadas para aferir a convergência com os padrões de vida europeus. A maior longevidade explica 1,3 da diferença. Já a redução das desigualdades dá um contributo de 0,2 pontos percentuais.

 

A ideia do Banco de Portugal é continuar a desenvolver este indicador e outras medidas de bem-estar económico relativo com alguma periodicidade. O índice de bem-estar poderá ser atualizado anualmente.

 

 

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