Notícia
Juncker "escandalizado" com cortes orçamentais na UE impostos por 'frugais'
O antigo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker afirma-se desiludido com a "falta de ambição" dos líderes europeus em termos da capacidade orçamental da União, manifestando-se em particular "escandalizado" com os cortes de impostos pelos chamados países 'frugais'.
20 de Outubro de 2020 às 11:24
Numa entrevista concedida à Fundação Schuman no início do mês e publicada esta semana, o ex-presidente do executivo comunitário lamenta que o acordo alcançado em julho passado em torno do orçamento da União para 2021-2027 contemple cortes avultados em diversas políticas relativamente à proposta original apresentada ainda pela sua Comissão.
"O Conselho Europeu cortou no financiamento do programa Erasmus, baixou também o orçamento para a Defesa, para a Investigação, para a Saúde. Estou escandalizado com estas derrapagens, que se devem à influência nociva dos quatro 'frugais'", disse, referindo-se às posições negociais de Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca.
Estes quatro Estados-membros, autodenominados 'frugais', acertaram posições durante as negociações sobre o Fundo de Recuperação e o Quadro Financeiro Plurianual, negando-se a aprovar um compromisso mais ambicioso em termos orçamentais.
Juncker nota também na entrevista ao centro de estudos europeus que mesmo o Plano de Relançamento acordado para fazer face à crise económica provocada pela pandemia da covid-19, num valor total de 750 mil milhões de euros, "não é assim tão impressionante".
"Se compararmos com os 550 mil milhões [de euros] de investimentos gerados pelo 'plano Juncker', é quase na mesma ordem", observou, referindo-se àquela que foi a 'bandeira' do seu mandato, o plano de investimentos estratégicos, lançado em 2014, no primeiro ano de mandato do executivo liderado pelo dirigente luxemburguês.
Juncker também notou que, quando era presidente do Eurogrupo, lançou em conjunto com Itália a ideia de 'eurobonds', que foi rejeitada, constando que, agora, a Comissão irá aos mercados angariar os 750 mil milhões de euros "como se fosse a coisa mais normal do mundo", considerando que o princípio é o mesmo, o do endividamento comum.
Por fim, mesmo relativamente à suspensão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, decidida este ano pela Comissão dirigida por Ursula von der Leyen para permitir aos Estados-membros desviarem-se das regras de défice e dívida pública para fazer face à crise da covid-19, Jean-Claude Juncker recordou que, no quadro da crise financeira anterior, avançou ele próprio com essa ideia, "contra a vontade de Alemanha e Holanda".
Tanto o Quadro Financeira Plurianual para 2021-2027 como o Fundo de Recuperação acordados em julho passado pelos líderes europeus, depois de uma 'maratona' negocial de quatro dias e quatro noites, aguardam ainda o acordo interinstitucional com o Parlamento Europeu, sem o qual não poderão entrar em vigor em 01 de janeiro próximo.
"O Conselho Europeu cortou no financiamento do programa Erasmus, baixou também o orçamento para a Defesa, para a Investigação, para a Saúde. Estou escandalizado com estas derrapagens, que se devem à influência nociva dos quatro 'frugais'", disse, referindo-se às posições negociais de Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca.
Juncker nota também na entrevista ao centro de estudos europeus que mesmo o Plano de Relançamento acordado para fazer face à crise económica provocada pela pandemia da covid-19, num valor total de 750 mil milhões de euros, "não é assim tão impressionante".
"Se compararmos com os 550 mil milhões [de euros] de investimentos gerados pelo 'plano Juncker', é quase na mesma ordem", observou, referindo-se àquela que foi a 'bandeira' do seu mandato, o plano de investimentos estratégicos, lançado em 2014, no primeiro ano de mandato do executivo liderado pelo dirigente luxemburguês.
Juncker também notou que, quando era presidente do Eurogrupo, lançou em conjunto com Itália a ideia de 'eurobonds', que foi rejeitada, constando que, agora, a Comissão irá aos mercados angariar os 750 mil milhões de euros "como se fosse a coisa mais normal do mundo", considerando que o princípio é o mesmo, o do endividamento comum.
Por fim, mesmo relativamente à suspensão das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, decidida este ano pela Comissão dirigida por Ursula von der Leyen para permitir aos Estados-membros desviarem-se das regras de défice e dívida pública para fazer face à crise da covid-19, Jean-Claude Juncker recordou que, no quadro da crise financeira anterior, avançou ele próprio com essa ideia, "contra a vontade de Alemanha e Holanda".
Tanto o Quadro Financeira Plurianual para 2021-2027 como o Fundo de Recuperação acordados em julho passado pelos líderes europeus, depois de uma 'maratona' negocial de quatro dias e quatro noites, aguardam ainda o acordo interinstitucional com o Parlamento Europeu, sem o qual não poderão entrar em vigor em 01 de janeiro próximo.