Notícia
Judiciária investiga ramificações portuguesas do "cartel do fogo"
O grupo de empresas criado em Espanha terá alastrado o esquema de combinação de preços a concursos públicos em Portugal e Itália. As autoridades estão a analisar as adjudicações feitas de 2006 até 2015, noticia o Público.
A Polícia Judiciária está a investigar as ligações a Portugal do chamado "cartel do fogo", composto por seis das principais empresas espanholas de meios aéreos e que é suspeito de ter manipulado concursos públicos para o combate aos incêndios florestais.
Segundo o Público, que esta segunda-feira, 4 de Setembro, noticia que as autoridades nacionais estão atentas às ramificações deste caso, os anos de maior actividade deste cartel em território nacional terão sido 2006 e 2007, embora a PJ esteja a analisar as adjudicações feitas até 2015, ano em que nasceu a investigação no país vizinho.
Com a empresa Avialsa, liderada por Vicente Huerta, no centro deste esquema, do outro lado da fronteira estão a ser analisadas as alegadas combinações de preços para concorrer e influenciar o resultado dos procedimentos concursais em Espanha, Portugal e Itália, sendo depois os lucros divididos. Como já tinha sido noticiado, o cartel tinham uma rede de informadores nos vários países, contando com a ajuda de um "coordenador de influência" português, cuja identidade ainda não foi revelada.
Este caso começou a ser investigado depois de, no final de 2014, um ex-trabalhador da Avialsa, Francisco Alandí, ter denunciado às autoridades espanholas um esquema internacional, organizado e hierarquizado que rendeu centenas de milhões de euros para estas empresas. Nas contas feitas há um ano pelo CM, o Estado português gastou 3,8 milhões de euros na adjudicação de contratos com a empresa que lidera o cartel do fogo.