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JPMorgan vai pagar quase 270 milhões de euros a vítimas de Jeffrey Epstein

De acordo com os processos, o JPMorgan forneceu empréstimos a Epstein e permitiu regularmente que este retirasse grandes quantias de dinheiro entre 1998 e agosto de 2013, embora estivesse ciente da sua participação no tráfico sexual.

JP Morgan deverá reportar um aumento de 30% do lucro por ação, impulsionado por um avanço de quase 36% na sua margem financeira.
Shannon Stapleton/Reuters
13 de Junho de 2023 às 08:53
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O JPMorgan Chase anunciou na segunda-feira um acordo provisório de 290 milhões de dólares (quase 270 milhões de euros no câmbio atual) com as vítimas de Jeffrey Epstein, que acusou o banco de ser uma fonte financeira que permitiu manter em funcionamento uma operação de tráfico sexual.

Epstein suicidou-se numa prisão federal de Manhattan em agosto de 2019, um mês após a sua detenção sob acusação de tráfico sexual, envolvendo raparigas menores.

A ação apresentada no tribunal federal de Manhattan em novembro procurava responsabilizar financeiramente o JPMorgan pelo abuso de décadas de Epstein contra adolescentes e mulheres jovens. Um processo relacionado com este foi aberto nas Ilhas Virgens Americanas.

O acordo proposto ocorre cerca de duas semanas depois do CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, ter testemunhado neste caso, onde negou saber sobre Epstein e os seus crimes até o financeiro ter sido detido em 2019, de acordo com uma transcrição do depoimento em vídeo divulgado no mês passado.

"Agora todos nós entendemos que o comportamento de Epstein foi monstruoso e acreditamos que este acordo é do melhor interesse de todas as partes, especialmente das sobreviventes, que sofreram abusos inimagináveis nas mãos deste homem", sublinhou o banco em comunicado.

O acordo proposto, que ainda deve ser aprovado pelo juiz do caso, totaliza 290 milhões de dólares (cerca de 270 milhões de euros), de acordo com o principal advogado do processo, David Boies.

De acordo com os processos, o JPMorgan forneceu empréstimos a Epstein e permitiu regularmente que este retirasse grandes quantias de dinheiro entre 1998 e agosto de 2013, embora estivesse ciente da sua participação no tráfico sexual.

A vítima anónima no processo, referiu que foi abusada sexualmente por Epstein entre 2006 e 2013. Também na segunda-feira, um juiz decidiu a favor de transformar o processo desta vítima anónima numa ação coletiva para todas as vítimas dos crimes sexuais de Epstein.

"O dinheiro, que por muito tempo fluiu impunemente entre a empresa global de tráfico sexual de Jeffrey Epstein e os principais bancos de Wall Street, está a ser utilizado decisivamente para o bem", sublinhou Sigrid McCawley, advogada desta vítima de outras vítimas de Epstein, em um comunicado.

O banco continuou a contar com Epstein como cliente, apesar deste ter sido detido e declarado culpado em 2008 por crimes sexuais na Florida. "Qualquer ligação a ele foi um erro e lamentamos. Nunca teríamos continuado a fazer negócios se acreditássemos que ele estava utilizar o nosso banco de alguma forma para ajudar a cometer crimes hediondos", frisou o banco em comunicado.

Ambos os processos foram abertos depois do Estado de Nova Iorque ter promulgado em novembro uma lei temporária que permitiu que vítimas adultas de abuso sexual processassem outras pessoas pelo abuso que sofreram, mesmo que o abuso tenha ocorrido há muito tempo.

Ações judiciais ainda estão pendentes entre as Ilhas Virgens dos EUA e o JPMorgan Chase, e o banco está também a processar o seu ex-executivo, Jes Staley.

O banco negou as acusações e processou Staley, referindo que este escondeu os crimes de Epstein para mantê-lo como cliente. Staley deixou o JPMorgan em 2013 para se tornar CEO do banco britânico Barclays, abandonando este cargo em 2021 devido ao seu relacionamento anterior com Epstein.
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