Notícia
Investidores estrangeiros "fogem" de Espanha
Nos últimos 11 meses, os investidores externos já retiraram 96.000 milhões de euros do país.
Espanha continua sob forte pressão. São os juros da dívida a subir, o prémio de risco (diferencial entre a dívida espanhola e as obrigações de referência alemãs, as Bunds) a aumentar e a bolsa de Madrid a afundar. Tudo à conta dos receios crescentes dos mercados de que Espanha veja a sua economia deteriorar-se ainda mais e possa ter também de pedir ajuda externa.
Ontem, a Alemanha e a França defenderam os esforços de austeridade de Espanha e consideraram exageradas as reacções dos mercados. Mas o facto é que as tensões continuam a subir de tom. E num relatório deste mês, o FMI inclui Espanha num grupo de quatro países com mais riscos em matéria de dívida soberana. Este clube de risco, designado IIPS, coloca “no mesmo saco” a Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
O Banco Central Europeu relembrou ontem que dispõe de um mecanismo que lhe permite comprar dívida soberana. O mercado viu nessas declarações uma mensagem de que a autoridade monetária europeia poderia estar a comprar obrigações espanholas e os juros e prémio de risco aliviaram, tendo o índice bolsista IBEX-35 conseguido recuperar terreno. Mas foi sol de pouca dura. Hoje, a bolsa madrilena está de novo em baixa, tendo o índice quebrado o importante patamar dos 7.500 euros. E, claro está, as “yields” voltaram a subir, bem como o “spread” entre os “Bonos” e as “Bunds”.
Perante este cenário, os investidores estrangeiros começam a retirar cada vez mais dinheiro de Espanha. “Desconfiança, desconfiança, desconfiança. É suposto ser isso que mede o prémio de risco, a rentabilidade extra que se pede à dívida espanhola perante o activo de referência - a toda-poderosa dívida alemã”, comenta o “Cinco Días”.
O jornal prossegue: “E ultimamente tem-se exigido muita [rentabilidade extra]. Sucedeu em Agosto, com um ataque em toda a força que fez disparar o prémio da dívida espanhola; recrudesceu em Dezembro e agora volta a intensificar-se”.
“O diferencial pode ser de 390, 420 ou 460 pontos, mas o que esconde é um problema de financiamento. Espanha tem dificuldades em captar fundos se não oferecer um grande ‘bombom’ e o mesmo acontece ao sistema bancário e inclusivamente às empresas. É certo que há uma parte de especulação (…), mas também há muito de dúvida, de aversão ao risco, de retirada de tropas dos quartéis, à espera de uma altura mais propícia para o investimento”, sublinha o “Cinco Días”, explicando que é isto que está a acontecer - e de forma significativa – com os investidores estrangeiros.
No início do ano passado, o “spread” entre a dívida espanhola e alemã rondava os 200 pontos base, quando agora já superou os 400 pontos. O que aconteceu? “A resposta é visível: os investidores estrangeiros retiraram de Espanha perto de 96.000 milhões de euros desde Março de 2001 a Janeiro deste ano. “São 11 meses consecutivos de fuga de capitais”, salienta o jornal, acrescentando que só em Dezembro saíram do país 36.600 milhões de euros.
De acordo com os dados apresentados pelo “Cinco Días”, esses quase 96.000 milhões retirados do país não estavam exclusivamente investidos em dívida pública. “Desse montante, cerca de 700.000 milhões são de obrigações soberanas, mas também se venderam cerca de 18.000 milhões de euros em acções de empresas cotadas, além de se terem encerrado perto de 8.000 milhões de euros de linhas de cedência de liquidez à banca espanhola”, refere o jornal, citando números do Banco de Espanha.
Ontem, a Alemanha e a França defenderam os esforços de austeridade de Espanha e consideraram exageradas as reacções dos mercados. Mas o facto é que as tensões continuam a subir de tom. E num relatório deste mês, o FMI inclui Espanha num grupo de quatro países com mais riscos em matéria de dívida soberana. Este clube de risco, designado IIPS, coloca “no mesmo saco” a Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
Perante este cenário, os investidores estrangeiros começam a retirar cada vez mais dinheiro de Espanha. “Desconfiança, desconfiança, desconfiança. É suposto ser isso que mede o prémio de risco, a rentabilidade extra que se pede à dívida espanhola perante o activo de referência - a toda-poderosa dívida alemã”, comenta o “Cinco Días”.
O jornal prossegue: “E ultimamente tem-se exigido muita [rentabilidade extra]. Sucedeu em Agosto, com um ataque em toda a força que fez disparar o prémio da dívida espanhola; recrudesceu em Dezembro e agora volta a intensificar-se”.
“O diferencial pode ser de 390, 420 ou 460 pontos, mas o que esconde é um problema de financiamento. Espanha tem dificuldades em captar fundos se não oferecer um grande ‘bombom’ e o mesmo acontece ao sistema bancário e inclusivamente às empresas. É certo que há uma parte de especulação (…), mas também há muito de dúvida, de aversão ao risco, de retirada de tropas dos quartéis, à espera de uma altura mais propícia para o investimento”, sublinha o “Cinco Días”, explicando que é isto que está a acontecer - e de forma significativa – com os investidores estrangeiros.
No início do ano passado, o “spread” entre a dívida espanhola e alemã rondava os 200 pontos base, quando agora já superou os 400 pontos. O que aconteceu? “A resposta é visível: os investidores estrangeiros retiraram de Espanha perto de 96.000 milhões de euros desde Março de 2001 a Janeiro deste ano. “São 11 meses consecutivos de fuga de capitais”, salienta o jornal, acrescentando que só em Dezembro saíram do país 36.600 milhões de euros.
De acordo com os dados apresentados pelo “Cinco Días”, esses quase 96.000 milhões retirados do país não estavam exclusivamente investidos em dívida pública. “Desse montante, cerca de 700.000 milhões são de obrigações soberanas, mas também se venderam cerca de 18.000 milhões de euros em acções de empresas cotadas, além de se terem encerrado perto de 8.000 milhões de euros de linhas de cedência de liquidez à banca espanhola”, refere o jornal, citando números do Banco de Espanha.