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Inflação nula em março com recuo nos preços da energia

A tendência da inflação tem sido descendente desde janeiro, mês no qual a inflação subiu aos 0,8%, o valor mais alto desde abril de 2019.

Mariline Alves
13 de Abril de 2020 às 12:35
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O mês de março de 2020, marcado pelo surgimento em força da pandemia de coronavírus em Portugal e por fortes quebras nas cotações do mercado petrolífero, registou uma taxa de inflação nula, recuando face a fevereiro e face ao mesmo mês do ano passado.

Depois da subida de 0,4%, em fevereiro, o Índice de Preços no Consumidor, registou uma variação nula em março, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), no destaque publicado esta segunda-feira, 13 de abril.

"Esta desaceleração traduziu sobretudo a variação homóloga de -3,7% do índice relativo aos produtos energéticos (0,9% em fevereiro), refletindo a evolução dos preços nos mercados internacionais associada à redução da procura deste tipo de produtos devido à pandemia e às divergências entre os países produtores de petróleo", explica o INE.

O barril de petróleo fechou em março o trimestre com a maior quebra de sempre nas cotações, acima de 65% tanto em Nova Iorque como em Londres. A pressionar a matéria-prima esteve um abalo na procura determinado, por um lado, pelo abrandamento da atividade económica decorrente da pandemia de coronavírus e, por outro lado, o desentendimento entre sauditas e russos, que ditou que os primeiros reforçassem a oferta. Este desentendimento foi minimizado este fim de semana, portanto já em abril, tendo os maiores produtores acordado finalmente num corte da produção.

A tendência da inflação tem sido descendente desde janeiro, mês no qual a inflação subiu aos 0,8%, o valor mais alto desde abril de 2019.

A inflação subjacente – a chamada inflação core - que exclui os preços mais voláteis da energia e dos bens alimentares – também registou uma variação homóloga nula, valor inferior em 0,1 pontos percentuais ao registado em fevereiro.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite uma comparação entre os países do euro, fixou-se em 0,1%, uma descida face aos 0,5% de fevereiro. Desta forma, tendo em conta a informação disponibilizada pelo Eurostat – o gabinete de estatística europeu - a taxa de variação homóloga do IHPC português foi inferior em 0,6 pontos percentuais à da área do euro, um hiato ligeiramente mais curto do que o registado em fevereiro.

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