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INE adia divulgação de dados por falta de pessoal

O indicador da remuneração bruta mensal média por trabalhador deveria ser divulgado na próxima semana, mas foi adiado por 10 dias por “escassez de recursos humanos”.

O INE diz que faltam funcionários para responder a todas as necessidades de produção estatística.
João Cortesão
03 de Novembro de 2023 às 18:25
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A queixa não é nova sobre a falta de pessoal no Instituto Nacional de Estatística (INE), mas desta vez foi tornada pública através da agenda de divulgação de dados. Em causa o destaque relativo à remuneração bruta mensal média por trabalhador que se segue à divulgação das estatísticas trimestrais do emprego prevista para o próximo dia 8 de novembro.

Os dados sobre as remunerações deveriam ser publicados no dia seguinte, dia 9, mas numa nota no calendário do gabinete nacional de estatísticas faz saber que foi "adiado para 20 de novembro devido a questões internas no processo de validação da informação, por escassez de recursos humanos". O indicador vai ser divulgado 10 dias depois, a 15 de novembro.


Já não será a primeira vez que acontece, tal como as queixas da autoridade estatística sobre a falta de pessoal, tal como o Negócios deu conta em agosto deste ano depois de uma visita do Eurostat.


No ano passado, trabalhavam no INE 583 pessoas, um número 14% inferior ao que a direção considera que seria o ideal para desenvolver a atividade. No entender do Conselho Diretivo, deveriam ser 687 trabalhadores, ou seja, faltam pelo menos 104 pessoas. A escassez de pessoal tem sido reiterada ao longo dos anos e foi também insistentemente referida durante a visita de avaliação ("peer review") em setembro do ano passado.


"A urgência da situação no que diz respeito à escassez de competências, ao envelhecimento da força de trabalho e aos incentivos salariais para o recrutamento e retenção de talentos foi mencionada repetidamente durante as discussões entre a equipa de avaliação, o INE e outras autoridades nacionais", refere o relatório do Eurostat publicado em agosto deste ano. Face a estas queixas, os avaliadores recomendaram que "as autoridades governamentais competentes, o Instituto Nacional de Estatística e as outras autoridades nacionais devem empreender iniciativas concretas para garantir os recursos adequados para a compilação de estatísticas oficiais, particularmente para permitir o uso adicional de novas fontes de dados e tecnologias inovadoras num cenário em constante mudança".

O Negócios contactou o INE, mas não obteve resposta sobre esta circunstância pouco habitual de referir no calendário de divulgação a escassez de meios humanos.

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