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Governo “não se revê” na falta de pessoal denunciada pelo INE

Mariana Vieira da Silva disse no Parlamento que os técnicos de estatística foram reforçados e que tem “a certeza” de que haveria instrumentos disponíveis para publicar as estatísticas sobre salários. Publicação foi adiada por "escassez de recursos humanos", segundo o INE.

Estudo pede mais transparência e escrutínio do PRR, que é coordenado pela Ministra da Presidência.
António Pedro Santos/Lusa
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Há duas semanas, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou, através do seu calendário, o adiamento das estatísticas sobre a evolução dos salários, com uma justificação clara: "escassez de recursos humanos".

A ministra da Presidência foi confrontada com este facto no Parlamento, onde está a ser ouvida, num "contexto político particular" sobre o Orçamento do Estado.

Aos deputados, Mariana Vieira da Silva não reconheceu o problema, ao sustentar que o Governo "não se revê" nesta justificação, ao referir que o INE contou com um reforço de 45 técnicos de estatística e ao dizer que "tem a certeza" que o instituto tem instrumentos para isso.

"Os serviços sabem o trabalho que têm, sabem os seus recursos e devem organizá-lo", sustentou.

Tal como foi noticiado ainda antes da crise politica, o INE anunciou que a nota sobre a evolução das remunerações que é por regra publicada no dia seguinte ao das estatísticas do emprego, 9 de novembro, não iria sair na data prevista.

Numa nota no calendário o gabinete nacional de estatísticas fez saber que o destaque foi "adiado para 20 de novembro devido a questões internas no processo de validação de informação, por escassez de recursos humanos".

A queixa sobre falta de recursos humanos no INE é recorrente e foi insistentemente referida durante a visita de avaliação ("peer review") em setembro do ano passado.

"A urgência da situação no que diz respeito à escassez de competências, ao envelhecimento da força de trabalho e aos incentivos salariais para o recrutamento e retenção de talentos foi mencionada repetidamente durante as discussões entre a equipa de avaliação, o INE e outras autoridades nacionais", refere o relatório do Eurostat.

No ano passado, trabalhavam no Instituto Nacional de Estatística (INE) 583 pessoas, um número 14% inferior ao que a direção da autoridade estatística considera que seria o ideal para desenvolver a atividade. No entender do Conselho Diretivo, deveriam ser 687 trabalhadores.

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