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Impasse eleitoral na Alemanha atrasa combate ao desemprego
Uma coligação entre a CDU e o SPD na Alemanha poderá atrasar os planos que Angela Merkel tinha para diminuir o desemprego na maior economia europeia através do corte dos custos laborais e que se encontram entre os mais altos do mundo.
Angela Merkel propunha-se cortar as contribuições obrigatórias para o sistema de segurança social a que as empresas estão sujeitas, financiando essa redução com um aumento do IVA.
Schroeder, por seu lado, opõe-se frontalmente a uma subida do IVA e a uma redução do poder dos sindicatos nas negociações salariais. No mês passado, o líder do SPD apelidou a proposta de Merkel de «fria» e «desumana».
Os democratas cristãos da CDU garantiram ontem 35,2% dos votos e os liberais do FDP, com quem Merkel pretendia coligar-se, asseguraram 9,8%, segundo os dados provisórios.
Os social-democratas liderados por Schroeder ganharam 34,3% dos votos, enquanto os seus parceiros de coligação, os Verdes, asseguraram 8,1%. A CDU ficou com 225 assentos no parlamento enquanto o SPD garantiu 222 lugares.
O SPD pode bloquear as propostas da CDU depois de muitos dos eleitores tradicionais do partido terem protestado quando Schroeder facilitou os despedimentos por parte das empresas e foi o primeiro líder, desde a II Guerra Mundial, a cortar nos subsídios de desemprego.
As mudanças foram de tal forma radicais que um casal que antes recebia 2.000 euros por mês de subsídios, recebe agora cerca de metade, revelam previsões do Ministério do Trabalho alemão.