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Horta Osório entra no ranking dos maiores líderes mundiais

O sexto ranking anual da Fortune com os 50 maiores líderes a nível mundial conta este ano com a estreia de António Horta Osório, que ocupa o 41.º lugar.

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Abril de 2019 às 21:30
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António Horta Osório, presidente executivo do Lloyds, ocupa a 41.ª posição no ranking da revista Fortune dos 50 maiores líderes mundiais, que integra personalidades que se destacam nos negócios, na política, na filantropia e nas artes.

 

"Estes homens e mulheres estão a transformar o mundo e a inspirar outros a fazerem o mesmo", sublinha a Fortune na apresentação da sexta edição deste ranking anual.

 

Sobre Horta Osório, que integra pela primeira vez esta lista, a revista salienta o facto de ter divulgado abertamente a sua batalha contra um esgotamento. Este reconhecimento, frisa a Fortune, era algo que antes seria inconcebível por parte de um CEO de topo. "Acontece que (este reconhecimento) (…) ajudou a acabar com um estigma num setor notório por levar os trabalhadores além dos seus limites", acrescenta.

 

A consultora Sandra Navidi, no seu livro "Superhubs - Como a elite financeira e as suas redes regem o nosso mundo", editado em Portugal pela Lua de Papel em 2017, destacou este mesmo facto. "Especialmente durante e após a crise financeira, muitos presidentes executivos tiveram esgotamentos que, na maioria dos casos, foram dissimulados e tratados com a prescrição de medicamentos, incluindo anti-depressivos. O CEO do Lloyds, António Horta Osório, foi o único caso de alta visibilidade de um executivo de topo que admitiu estar num estado de exaustão. Após estar nem há um ano no cargo, pelo qual recebia um pacote remuneratório anual de 8,3 milhões de libras esterlinas, além do bónus de entrada no valor de quatro milhões de libras, teve de meter baixa médica devido à fadiga derivada do stress", escreveu Navidi.

 

"Quem sabe quantos destes executivos de topo, de capa e espada e aparentemente invencíveis, estão secretamente a sofrer? Claro que poderiam libertar-se a qualquer momento deste encarceramento auto-imposto, mas normalmente não são capazes de fugir da prisão das suas personalidades. Apesar de provavelmente terem imensas oportunidades de carreira se deixassem os seus cargos, para muitos deles a potencial perda de estatuto, reconhecimento e poder é ainda mais insuportável do que a tensão decorrente da mais exigente das funções. Trata-se de um jogo de estatuto altamente viciante e os CEO com algemas de ouro são completamente consumidos pelos seus esforços para se manterem no topo", acrescentava a autora.

 

Daí que o facto de Horta Osório ter reconhecido este esgotamento, derivado de grande pressão que o privou de muitas horas de sono, seja apontado como um momento importante para o setor financeiro.

 

Horta Osório – amante de xadrez e praticante de ténis, mergulho com garrafa e esqui nos seus tempos de lazer – tem um longo historial na banca.

Iniciou a sua actividade profissional em 1991 no Citibank e posteriormente trabalhou na Goldman Sachs em Nova Iorque e Londres. Em 1993, juntou-se ao grupo Santander e em 2000, após o acordo entre António Champalimaud, o Santander e a Caixa Geral Depósitos, o grupo espanhol passa a deter os bancos Totta e Crédito Predial Português (além do Santander de Negócios e do Santander Portugal). Horta Osório é nomeado presidente executivo dos quatro bancos depois fundidos no Banco Santander Totta.

 

Em 2006 parte para Londres para liderar o Abbey, do grupo Santander, e a 1 de Março de 2011 substitui Eric Daniels no cargo de CEO do Lloyds – função que tinha sido anunciada em Novembro de 2010.

 

Foi assim denominado como sendo o homem certo para liderar a recuperação do Lloyds Banking Group.

 

O gestor português tinha a missão de reestruturar o Lloyds – que incluía vender 600 balcões até Novembro de 2013 -, devolver o dinheiro que o Tesouro britânico injectou na instituição para evitar a sua falência e "contratar várias pessoas-chave para a equipa". Questões que Horta Osório diz que só ele poderia resolver. E resolveu, mas não sem antes passar por um esgotamento numa fase muito inicial – oito meses depois de ter assumido o cargo.

 

Com o reconhecimento das dificuldades por que estava a passar, sublinha a Fortune, Horta Osório muniu os seus colegas com as ferramentas necessárias para também os ajudar. O Lloyds fornece aos seus gestores de topo instrumentos de ‘mindfulness’ ['consciência plena': promove um estado mental de controlo sobre a capacidade de nos concentrarmos nas experiências, atividades e sensações do presente] e análise psicológica de modo a poderem processar melhor os estados de ansiedade. "E em breve estes instrumentos estarão disponíveis a todos os funcionários do banco", destaca a revista britânica.

 

A liderar o ranking da Forbes está o casal Bill e Melinda Gates, cuja fundação filantrópica se focaliza na melhoria das condições de vida, nomeadamente na saúde e na luta contra a pobreza.

 

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