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Guterres à espera da segunda votação

Esta sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai proceder à segunda votação secreta para a eleição do secretário-geral do organismo. E António Guterres poderá reforçar a sua posição como favorito.

Reuters
05 de Agosto de 2016 às 09:37
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O ex-primeiro-ministro António Guterres poderá cimentar a sua posição para se tornar o 9º secretário-geral da ONU, dia em que os 15 países membros do Conselho de Segurança realizam a sua segunda votação secreta, comentaram alguns diplomatas à Reuters.

 

Mas apesar de parecer que as candidatas a primeira mulher líder das Nações Unidas estão a ficar para trás, outros diplomatas consideram, contudo, que ainda é demasiado cedo para dizer quem irá substituir Ban Ki-moon no cargo – que sairá no final de 2016, após dois mandatos de cinco anos cada, sublinha a agência noticiosa.

 

Estavam na corrida ao posto cimeiro da ONU 12 candidatos - seis homens e seis mulheres - mas desde ontem que passaram a 11 com a desistência de Vesna Pusic, ex-ministra croata dos Negócios Estrangeiros.

 

"É significativo que a Rússia não tenha expressado a sua opinião sobre Guterres", salientou à Reuters um diplomata ligado ao Conselho de Segurança da ONU, que pediu anonimato. "Se houver mais um voto sem desencorajamento, penso que será altamente provável que Guterres seja o próximo secretário-geral", considerou.

 

Quando questionado pela Reuters na passada sexta-feira sobre se o seu país poderá desencorajar Guterres, o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, respondeu com um sorriso: "Porque haveria de o fazer? É tão bom homem".

 

Os 15 países membros do Conselho de Segurança (cinco deles são permanentes e têm direito de veto: EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) dispõem de um voto para cada candidato e podem escolher entre ‘encorajar’, ‘desencorajar’ ou ‘não ter opinião’.

Aquando da primeira votação, no passado dia 21 de Julho, os membros do Conselho de Segurança decidiram não divulgar os resultados da votação, mas estes rapidamente foram conhecidos. 

António Guterres ficou claramente à frente, depois de receber 12 votos de encorajamento (e 3 sem opinião), seguido do antigo presidente esloveno Danilo Turk, que recebeu 11 (mas teve dois de desencorajamento e 2 sem opinião). Um dos candidatos obteve 11 votos de desencorajamento mas não desistiu: foi Vesna Pusic, ex-ministra croata dos Negócios Estrangeiros. Decidiu abandonar a corrida ontem, 4 de Agosto, dizendo que o mais provável é ser eleito alguém que já trabalhou na ONU - como é o caso de Guterres.


Em terceiro lugar ficaram três candidatos com a mesma votação (9 votos de encorajamento), afirmaram dois diplomatas à Associated Press – também sob anonimato, pois o voto é secreto: a búlgara Irina Bokova que chefia a UNESCO, o ex-ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros Vuk Jeremic e o ex-ministro macedónio dos Negócios Estrangeiros Srgjan Kerim.

António Guterres foi primeiro-ministro de Portugal de 1995 a 2002. Três anos depois, foi nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, cargo que ocupou até ao ano passado.

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