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Ucrânia: Guterres admite impossibilidade de negociações de paz em breve
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, admitiu serem impossíveis a curto prazo negociações de paz para pôr fim à guerra russa contra a Ucrânia, numa entrevista divulgada nesta terça-feira pelo jornal espanhol El Pais.
"Infelizmente, penso que, neste momento, uma negociação de paz não é possível", afirmou Guterres, citado pela agência francesa AFP.
O antigo primeiro-ministro português disse que também não vê "qualquer possibilidade de [se] obter imediatamente (...) um cessar-fogo abrangente". "É evidente que as duas partes estão totalmente empenhadas na guerra" e estão "convencidas de que podem vencer", justificou.
Guterres disse esperar que seja possível, no futuro, levar as duas partes à mesa das negociações. A entrevista do secretário-geral da ONU foi divulgada no dia em que a Rússia celebra a vitória contra a Alemanha nazi, em 1945.
Perante milhares de soldados e a elite política russa reunida na Praça Vermelha, em Moscovo, Vladimir Putin apelou a uma vitória contra a Ucrânia.
Putin também acusou os países ocidentais de orquestrarem uma guerra contra a Rússia. "A civilização encontra-se, mais uma vez, num ponto de viragem. Foi lançada uma guerra contra a nossa pátria", disse.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho. A guerra contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
António Guterres, 74 anos, líder da ONU desde 2017, recebe hoje, em Espanha, o prémio europeu Carlos V, atribuído pela Fundação da Academia Europeia e Ibero-americana de Yuste numa cerimónia presidida pelo Rei Felipe VI.
O prémio reconhece o trabalho de "pessoas, organizações, projetos ou iniciativas que contribuíram para o conhecimento geral e o engrandecimento dos valores culturais, sociais, científicos e históricos da Europa, assim como para o processo de construção e integração europeia".