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Greve na função pública fecha muitas escolas e deixa hospitais em mínimos

Entre os motivos da greve convocada pela Frente Comum estão a exigência de aumentos salariais imediatos, a fixação de limites máximos dos preços de bens e serviços, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos.

LUsa
17 de Março de 2023 às 10:14
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A adesão à greve desta sexta-feira na função pública está a ser elevada, com muitas escolas encerradas e hospitais a funcionar em mínimos, segundo a Frente Comum, que convocou a paralisação.

"A esta hora ainda não há muitos dados concretos, mas a informação que temos é que os hospitais estão a cumprir os serviços mínimos, nomeadamente nos internamentos e urgências. Algumas escolas estão encerradas e uma Loja do Cidadão no Porto está encerrada", disse aos jornalistas o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, pouco depois das 09:00.

O sindicalista, que falava aos jornalistas junto à entrada do edifício da Segurança Social em Lisboa, sublinhou que esta adesão "mostra o descontentamento dos trabalhadores" com toda a situação laboral.

"No turno da noite houve uma adesão quase total nos resíduos sólidos um pouco por todo o país, com os hospitais a trabalhar em serviços mínimos, com muitas consultas fechadas, blocos operatórios com cirurgias adiadas a realizar só os serviços urgentes", referiu.

O coordenador da Frente Comum, disse também aos jornalistas cerca das 09:00, altura em que muitos serviços ainda não tinham reaberto ao público, que a "adesão maciça" é um "reflexo do descontentamento dos trabalhadores da administração pública com as políticas que têm sido prosseguidas em termos salariais e de reforço dos serviços públicos.

No que diz ainda respeito às escolas, Sebastião Santana adiantou que há estabelecimentos encerrados em todo o país e os que não estão têm os trabalhadores em greve a cumprir serviços mínimos "que lhes foram impostos de forma ilegal".

"O Governo tem de olhar para estes trabalhadores, para os serviços públicos numa perspetiva de reforço e de valorização que é tudo o que não tem feito e não abre espaço para resolver problema. (...) O Governo tem de sair do pedestal da maioria absoluta em que está. As respostas são necessárias já", concluiu.

O coordenador da Frente Comum esteve anteriormente, ao início da manhã no piquete de greve de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, em Almada, que contou também com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha".

Em declarações aos jornalistas cerca das 07:00, Sebastião Santana justificou a primeira conferência de imprensa no Arsenal do Alfeite, com o facto de esta infraestrutura ser "um exemplo crasso daquilo que é o desinvestimento nos serviços públicos" e no caso concreto do setor empresarial do estado.

"Falamos de um conjunto de trabalhadores que têm salários estagnados há muito tempo, cerca de 400 trabalhadores. Este é um arsenal que já foi um grande motor da manutenção militar e por desinvestimento há décadas e denunciadas pelo seu sindicato tem vindo a degradar-se. É uma situação que urge inverter à semelhança de outros serviços da administração pública como a saúde, a educação, os próprios serviços de segurança social e é também é por isso que os trabalhadores estão hoje em greve", destacou.

Por sua vez, a secretária-geral da CGTP destacou "o grande dia de luta dos trabalhadores pelo aumento geral dos salários e pensões".

"Não podemos continuar com falta de medidas que garantam uma vida digna a todos porque nós podemos tê-la. Há todas as condições no nosso país para uma vida digna para todos. Não há é opções nesse sentido. É preciso que o Governo e o patronato percebam que o país assim não se desenvolve", disse.

A greve nacional dos funcionários públicos, que começou às 00:00 de hoje, começou à entrada do turno da noite para os trabalhadores das áreas da saúde e da recolha de resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico), que forma assim os primeiros a entrar em greve.

Entre os motivos da greve convocada pela Frente Comum estão a exigência de aumentos salariais imediatos, a fixação de limites máximos dos preços de bens e serviços, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos.

No setor da educação, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta semana que os professores e educadores vão participar na greve, enquanto os trabalhadores não docentes estão cobertos pelo pré-aviso da Frente Comum.

Para sábado está prevista a realização de uma manifestação nacional, em Lisboa, promovida pela CGTP, pelo aumento geral dos salários e das pensões face à subida do custo de vida.
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