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Grécia lida com onda de crime

O país está a assistir a um aumento exponencial desde 2009 no negócio de segurança privada devido a esta "onda de crime".

17 de Setembro de 2010 às 11:43
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A britânica G4S Plc, a norte-americana Brinks Co. e a Prysos, a maior empresa doméstica de segurança privada da Grécia, estão a ganhar clientes com o aumento daquilo que a Bloomberg chama, sem pudores, de “onda de crime”.

Os crimes, segundo a agência, de simples assaltos de rua a arrombamentos de bancos e roubos em casas particulares, aumentaram de 50.000 em 2005 para 80.000 em 2009, segundo a ICAP em Atenas, a par do aumento do desemprego para máximos de 10 anos para os 11,8% e uma retracção da economia entre os 2 e os 4% para os próximos dois anos, segundo a União Europeia.

A Pyrsos passou a contar com clientes de peso como a Inditex, o Banco Agrícola grego, o Metro de Atenas e a Coca-Cola. Sakis Tsaoussis, presidente da empresa, dá a conhecer o espírito dos dias na Grécia com uma frase apenas: “Antes podíamos andar em todo o lado, dormir com as janelas abertas. Agora, vivemos com medo”.

A própria Pyrsos não é imune à “onda de crime” que a Bloomberg dá a conhecer: os carros blindados da companhia já foram assaltados cinco vezes nos últimos doze meses, tendo os assaltantes levado quantias a orçar os 700.000 euros.

Os bancos e as empresas gregas têm investido cada vez mais em segurança privada. Aluguer de carros blindados, mais seguranças, instalação de sistemas de alarme são meios solicitados às empresas de segurança privada, depois da queda em desgraça do governo grego de Georges Papandreou e da subsequente dureza da aplicação de um violento plano de austeridade num país cronicamente na cauda da Europa, a par com Portugal.

“Os bancos têm dinheiro. Eles pagam. São os melhores clientes que poderíamos ter.”, diz Tsaoussis.

Depois da morte de três trabalhadores num banco grego depois dos motins de Maio em Atenas, e da destruição de dependências bancárias e outras empresas em cidades de média dimensão como Tessalónica, o aumento da procura de segurança privada por indivíduos particulares ou empresas aumentou exponencialmente.

A Pyrsos viu as suas receitas subirem 22% em 2009 face ao ano anterior, para os 16 milhões de euros, esperando um aumento de 25% este ano para os 20 milhões. Segundo Tsaoussis, numa crise sem fim à vista e com a notória inabilidade do governo grego em por fim ao aumento de crimes, empresas como a Pyrsos têm tudo para florescer.

A britânica G4S, a maior empresa de segurança privada a operar na Grécia, registou receitas em 2009 de 90 milhões de euros. O analista David Lea, analista da Control Risks de Londres, em declarações à Bloomberg, é claro: “Com o aperto orçamental por parte do sector público, estas empresas preferem contratar segurança privada. Nota-se bastante bem isso quando se anda pelas ruas de Atenas nestes últimos tempos”.

Apesar da crise económica, a Pyrsos “vai investir”. Empresas governamentais estão, por enquanto, fora da lista de potenciais contratos da empresa devido a “incumprimento de pagamento de serviços”, apesar de já providenciarem serviços a entidades como o Metro de Atenas e outras instituições do governo grego.

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