Notícia
Governo português optimista com próximas emissões de dívida
Carlos Costa Pina, em entrevista à Reuters, mostra-se optimista com as próximas emissões de dívida em Portugal e diz que não há razões para alarme, depois de o IGCP ter colocado dívida com um juro acima de 6% numa emissão a 10 anos.
22 de Setembro de 2010 às 14:51
A forte procura das duas colocações de Obrigações do Tesouro (OT) que Portugal realizou hoje são um bom sinal para futuras emissões de dívida, disse o secretário de Estado do Tesouro em entrevista à Reuters
Portugal colocou um total de 750 milhões de euros de OT a quatro e a 10 anos, no limite inferior do intervalo, uma vez que o IGCP optou por dar um sinal aos investidores que não está disposto a pagar taxas muito altas, segundo analistas.
"Para uma procura muito superior à oferta (nestes leilões de OT), não só foram colocados os montantes recomendados, como foi obtido um bom sinal quanto ao interesse por futuras emissões, em condições de mercado que se podem perspectivar mais favoráveis", afirmou em declarações escritas por email enviadas à Reuters.
"Em períodos de turbulência financeira como o que estamos a viver, o mais importante é ser bem sucedido no acesso ao mercado em termos de resposta da procura, decidindo os níveis de financiamento em função das efectivas necessidades", adiantou.
Acrescentou que a "a forte procura da dívida portuguesa (...) demonstra a capacidade da República em aceder ao mercado, bem como o interesse dos investidores pela dívida portuguesa".
Destacou que "o bom ritmo da execução orçamental e os dados relativos ao cumprimento do objectivo do défice são desde logo uma primeira evidência desse facto".
"Estamos, por isso, tranquilos e confortáveis com a execução do programa de financiamento e com as perspectivas para as próximas emissões, cuja optimização em termos de taxa de juro dependerão sobretudo da desejada normalização dos mercados financeiros internacionais", disse Carlos Pina.
"Ainda assim, obtiveram-se níveis de preço inferiores aos já praticados em mercado secundário, facto que demonstra o alinhamento das condições de emissão com as condições gerais de mercado", referiu o secretário de Estado.
“Não há razões para reacções emotivas ou alarmistas em matéria de dívida pública”
"O actual nível de spreads, pela dimensão que atinge, não pode deixar de ser um factor de preocupação na gestão da dívida pública, cuja trajectória de redução, no quadro do PEC constitui um objectivo inabalável do Governo, a começar já em 2010 pelo cumprimento dos objectivos em matéria de défice orçamental", disse, em entrevista à Reuters.
Não vê, "por isso, quaisquer razões para reacções emotivas ou alarmistas em matéria de dívida pública", destacando que "as despesas com juros apresentam em Agosto uma taxa de variação homóloga de (-)8,5% e o seu peso em percentagem do PIB, ligeiramente acima de 3%, está sensivelmente no mesmo nível de há 12 anos atrás", quando em 1995 eram cerca de 6% do PIB.
"A situação é por isso sustentável e encontra-se na trajectória correcta, atendendo ao esforço de consolidação em curso no quadro do PEC, que será cumprido, não apenas este ano, mas também nos próximos", afirmou o secretário de Estado.
"A estabilidade orçamental, para a qual as oposições têm um dever de contribuir, é essencial. Acredito que o sentido de responsabilidade vai imperar", acrescentou.
Alertou que não há que ter ilusões pois, "a par dos fundamentais da situação económica em Portugal, e aqui a evolução no primeiro semestre e em especial o desempenho do sector exportador são particularmente encorajadores, continuamos a sentir os efeitos da irracionalidade em que assenta o funcionamento dos mercados financeiros internacionais junto dos quais nos financiamos e que afectam, não apenas Portugal mas também outros emitentes soberanos".
"É por isso urgente, a par do esforço que está a ser feito na frente interna, o regresso dos mercados financeiros à normalidade", disse.
Explicou que "no último mês e meio uma parte significativa da evolução do diferencial da nossa dívida face à alemã é explicada pela redução da rendibilidade dos títulos alemães em nível superior ao aumento verificado já em Setembro na rendibilidade da dívida portuguesa".
"Trata-se claramente de uma evolução que não tem tradução numa alteração dos fundamentais dos países em causa", concluiu.
Portugal colocou um total de 750 milhões de euros de OT a quatro e a 10 anos, no limite inferior do intervalo, uma vez que o IGCP optou por dar um sinal aos investidores que não está disposto a pagar taxas muito altas, segundo analistas.
"Em períodos de turbulência financeira como o que estamos a viver, o mais importante é ser bem sucedido no acesso ao mercado em termos de resposta da procura, decidindo os níveis de financiamento em função das efectivas necessidades", adiantou.
Acrescentou que a "a forte procura da dívida portuguesa (...) demonstra a capacidade da República em aceder ao mercado, bem como o interesse dos investidores pela dívida portuguesa".
Destacou que "o bom ritmo da execução orçamental e os dados relativos ao cumprimento do objectivo do défice são desde logo uma primeira evidência desse facto".
"Estamos, por isso, tranquilos e confortáveis com a execução do programa de financiamento e com as perspectivas para as próximas emissões, cuja optimização em termos de taxa de juro dependerão sobretudo da desejada normalização dos mercados financeiros internacionais", disse Carlos Pina.
"Ainda assim, obtiveram-se níveis de preço inferiores aos já praticados em mercado secundário, facto que demonstra o alinhamento das condições de emissão com as condições gerais de mercado", referiu o secretário de Estado.
“Não há razões para reacções emotivas ou alarmistas em matéria de dívida pública”
"O actual nível de spreads, pela dimensão que atinge, não pode deixar de ser um factor de preocupação na gestão da dívida pública, cuja trajectória de redução, no quadro do PEC constitui um objectivo inabalável do Governo, a começar já em 2010 pelo cumprimento dos objectivos em matéria de défice orçamental", disse, em entrevista à Reuters.
As metas para 2010 são conhecidas desde o início do ano e serão atingidas.
A situação é por isso sustentável e encontra-se na trajectória correcta.
Estamos, por isso, tranquilos e confortáveis com a execução do programa de financiamento.
Carlos Costa Pina
A situação é por isso sustentável e encontra-se na trajectória correcta.
Estamos, por isso, tranquilos e confortáveis com a execução do programa de financiamento.
Carlos Costa Pina
Não vê, "por isso, quaisquer razões para reacções emotivas ou alarmistas em matéria de dívida pública", destacando que "as despesas com juros apresentam em Agosto uma taxa de variação homóloga de (-)8,5% e o seu peso em percentagem do PIB, ligeiramente acima de 3%, está sensivelmente no mesmo nível de há 12 anos atrás", quando em 1995 eram cerca de 6% do PIB.
"A situação é por isso sustentável e encontra-se na trajectória correcta, atendendo ao esforço de consolidação em curso no quadro do PEC, que será cumprido, não apenas este ano, mas também nos próximos", afirmou o secretário de Estado.
"A estabilidade orçamental, para a qual as oposições têm um dever de contribuir, é essencial. Acredito que o sentido de responsabilidade vai imperar", acrescentou.
Alertou que não há que ter ilusões pois, "a par dos fundamentais da situação económica em Portugal, e aqui a evolução no primeiro semestre e em especial o desempenho do sector exportador são particularmente encorajadores, continuamos a sentir os efeitos da irracionalidade em que assenta o funcionamento dos mercados financeiros internacionais junto dos quais nos financiamos e que afectam, não apenas Portugal mas também outros emitentes soberanos".
"É por isso urgente, a par do esforço que está a ser feito na frente interna, o regresso dos mercados financeiros à normalidade", disse.
Explicou que "no último mês e meio uma parte significativa da evolução do diferencial da nossa dívida face à alemã é explicada pela redução da rendibilidade dos títulos alemães em nível superior ao aumento verificado já em Setembro na rendibilidade da dívida portuguesa".
"Trata-se claramente de uma evolução que não tem tradução numa alteração dos fundamentais dos países em causa", concluiu.