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Governo diz que modelo de competitividade assente em salários baixos está esgotado

O ministro da Economia discutiu esta quinta-feira com os parceiros sociais uma série de medidas que visam melhorar a competitividade das empresas portuguesas, apoiando a sua capitalização e internacionalização, mas quebrando o anterior modelo de corte nos rendimentos dos trabalhadores.

Ana Brígida
18 de Fevereiro de 2016 às 21:20
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"Portugal precisa de uma política de competitividade diferente para melhorar a economia. Nos últimos anos essa competitividade foi centrada no corte de rendimentos dos trabalhadores, mas o modelo de ser competitivo por pagar baixos salários está esgotado", afirmou Manuel Caldeira Cabral no final de um encontro com as confederações empresariais e com as centrais sindicais que durou mais de três horas.

 

Em declarações aos jornalistas, no Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa, o governante disse que esta reunião serviu para colocar em cima da mesa "medidas concretas na área da capitalização das empresas", que vão permitir uma aposta na inovação e na internacionalização.

 

"Lançamos um apelo ao contributo dos parceiros sociais para melhorar as políticas económicas para que sejam mais objectivas de forma a ir ao encontro das suas necessidades", disse Caldeira Cabral, apontando para um conjunto de instrumentos que o executivo quer colocar ao dispor das empresas.

 

O lançamento de fundos de capitalização, de linhas de crédito de garantia mútua, de fundos de capital reversível e de fundos de capital de risco está contemplado no documento hoje apresentado aos parceiros em sede de concertação social.

 

A canalização destas fontes de financiamento que pretendem dar alternativas ao recurso ao crédito bancário por parte das empresas vai ser feita através de diferentes meios, de acordo com o ministro, que apontou para a utilização da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), o 'banco de fomento' lançado pelo anterior executivo, em cruzamento com operadores financeiros, bancos e outros fundos privados.

 

A ideia é que as empresas diminuam a sua base de endividamento junto da banca, capitalizando-se e investindo através dos capitais disponíveis, mantendo o recurso ao crédito bancário mais na lógica de alimentar a sua actividade corrente.

 

Caldeira Cabral revelou que dentro de um mês haverá nova ronda com os parceiros sociais para 'fechar' as medidas agora propostas pelo executivo, englobando algumas das propostas que entretanto cheguem quer dos sindicatos, quer do lado dos patrões, e colocando-as em prática. 

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